Saúde
15:05

Intoxicação por metanol em SP causa internações, cegueira e mortes

A ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, como gin, vodca e whisky, tem causado graves intoxicações no estado de São Paulo nas últimas semanas, incluindo internações sérias, perda da visão e mortes.

O metanol é um tipo de álcool industrial utilizado em solventes e outros produtos químicos e é extremamente perigoso quando consumido. Inicialmente, ele prejudica o fígado, que o transforma em compostos tóxicos que afetam a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo levar a cegueira, coma e óbito. Além disso, pode causar insuficiência nos pulmões e rins.

Conforme o balanço mais recente da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado em 1º de outubro, são 25 casos de intoxicação reportados, sendo 7 confirmados e 18 ainda em investigação, com cinco registros de óbitos ligados à intoxicação. Uma morte já foi confirmada como resultado do consumo de bebida adulterada, enquanto as demais seguem sob apuração.

Embora as autoridades não tenham divulgado oficialmente as identidades das vítimas, alguns casos foram localizados pela TV Globo e pelo g1, que relatam impactos profundos na vida dos afetados.

Rafael Anjos Martins, de 28 anos, comprou dois gins em uma adega na região da Cidade Dutra, Zona Sul da capital, e compartilhou a bebida com amigos. Pouco tempo depois, ele adoeceu gravemente e está em coma na UTI de um hospital em Osasco, com suporte respiratório. Outros amigos que consumiram a bebida em menor volume também apresentaram sintomas, como comprometimento da visão.

A designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após consumir caipirinhas com vodca adulterada em um bar na Alameda Lorena, região nobre da capital. Ela foi internada na UTI, onde foi intubada e sofreu convulsões, recebendo alta para o quarto recentemente. O bar foi interditado e cerca de 100 garrafas suspeitas apreendidas.

Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, após participar de um show em São Bernardo do Campo, ingeriu doses de vodca misturada com suco de pêssego. No dia seguinte, apresentou sintomas graves e foi hospitalizada intubada, permanecendo em estado crítico. Seu namorado também foi internado com quadros semelhantes.

Wesley Pereira, de 31 anos, sofreu intoxicação após consumir whisky em uma festa na Zona Sul de São Paulo. Ele entrou em coma e está internado no Hospital do Campo Limpo, enfrentando várias complicações, como pneumonia, insuficiência renal e AVC. Ele perdeu a visão e segue em tratamento intensivo.

O advogado e empresário Marcelo Lombardi, de 45 anos, morreu após consumir vodca adulterada adquirida em uma adega na região do Sacomã, Zona Sul da capital. Ele foi hospitalizado desorientado e sem visão, evoluindo para parada cardiorrespiratória e falência múltipla de órgãos, com metanol apontado como causa da intoxicação.

Esses casos evidenciam a urgência no combate à circulação de bebidas adulteradas com metanol, que representam risco grave à saúde pública.

Créditos: g1

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