Brasil registra 43 casos de intoxicação por metanol e cria sala de monitoramento
O Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para acompanhar os casos de intoxicação por metanol relacionados ao consumo de bebida alcoólica no Brasil e para coordenar as ações necessárias. Até o momento, foram registrados 43 casos no país.
A equipe técnica da sala de situação vai analisar as informações para identificar o estado de saúde das pessoas intoxicadas por metanol. Ela também será responsável por planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem tomadas.
O grupo é formado por representantes dos ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública, da Agricultura e Pecuária, além dos conselhos Nacional de Saúde (CNS), Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Anvisa, e das secretarias de Saúde de São Paulo e Pernambuco.
Essa sala de situação tem caráter extraordinário e permanecerá ativa enquanto o risco sanitário persistir. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, as intoxicações estão relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.
O Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) notificou 43 casos de intoxicação, sendo 39 em São Paulo — com 10 confirmados e 29 em investigação — e quatro casos em investigação em Pernambuco.
Em São Paulo, houve um óbito confirmando intoxicação por metanol, além de cinco mortes em apuração. Em Pernambuco, há duas mortes sob investigação. A Polícia Federal conduz a investigação dos casos em São Paulo em parceria com órgãos de controle e vigilância.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou: “Estamos diante de uma situação anormal e sem precedentes em nossa série histórica de intoxicação por metanol no país. A participação da Polícia Federal decorre da suspeita de uma organização criminosa envolvida na adulteração das bebidas.”
São considerados suspeitos os casos em que o paciente ingeriu bebida alcoólica e apresenta sintomas persistentes ou agravados entre 12 e 24 horas após o consumo, como embriaguez persistente, desconforto gástrico e alterações visuais.
O etanol usado em ambientes médicos, produzido em laboratórios ou farmácias de manipulação com grau adequado de pureza, é o antídoto específico para intoxicações confirmadas por metanol.
Quando indicado clinicamente, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) ou as secretarias de saúde solicitam a manipulação do medicamento, que é administrado sob controle, por via intravenosa ou oral.
O Brasil possui 32 CIATox, centros especializados em toxicologia para orientação, diagnóstico e tratamento de intoxicações, sendo 9 deles localizados em São Paulo.
Na terça-feira (30), o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica recomendando que estados e municípios notifiquem imediatamente todas as suspeitas de intoxicação por metanol. O objetivo é reforçar a vigilância e a resposta a esses casos.
O ministro Alexandre Padilha destacou que essa medida visa identificar rapidamente os casos não só em São Paulo, mas também em outros estados, observando manifestações clínicas e epidemiológicas incomuns.
A iniciativa pretende mapear onde o produto foi consumido para acionar órgãos de segurança e garantir atendimento adequado aos pacientes, além de orientar os profissionais de saúde.
Créditos: CNN Brasil