Projeto de isenção do IR até R$ 5 mil é aprovado por unanimidade na Câmara

A aprovação unânime do projeto que isenta rendas de até R$ 5 mil do Imposto de Renda na Câmara dos Deputados foi fruto de uma intensa negociação política.

Arthur Lira (PP-AL) liderou as tratativas, aceitando apenas três pequenas mudanças entre 99 sugestões, que mantiveram a essência original do texto. Apesar do amplo apoio, a votação enfrentou momentos de tensão devido à quebra de acordos por parte de alguns partidos.

Ministros do governo, como a ministra das Relações Institucionais Gleisi Hoffmann e o ministro dos Esportes André Fufuca, além de membros da equipe econômica, acompanharam de perto as discussões e a votação.

No decorrer da sessão, Lira buscou convencer deputados diretamente no plenário a não promover alterações no texto. Sua atuação foi decisiva para garantir que o projeto saísse com poucas mudanças.

O projeto representa a primeira vitória significativa do governo do presidente Lula desde a escolha de Hugo Motta (Republicanos-PB) para presidir a Câmara. A proposta recebeu 493 votos favoráveis e nenhum contrário.

A votação atrasou quando líderes do PSB e do Novo não cumpriram um acordo de retirar destaques, apresentando propostas para corrigir a tabela do IR pelo IPCA. Lira manifestou irritação e classificou tais propostas como economicamente inadequadas, bloqueando as mudanças.

Lira também se reuniu com deputados da oposição para detalhar o texto e defender a tributação de escritórios de advocacia. Participou de várias reuniões para alinhar a proposta, conversando com líderes partidários e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI).

Na chegada ao plenário, Lira expressou insatisfação com o Senado, que aprovou uma versão diferente do projeto relatada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), seu rival em Alagoas.

Durante seu discurso, Lira mencionou críticas recebidas após a aprovação da PEC da Blindagem, ressaltando que a matéria foi apresentada no prazo estabelecido pelo presidente Motta e que críticas injustas não deveriam ser direcionadas à Câmara.

Líderes partidários destacaram as manifestações populares que pediam a aprovação da isenção do IR, avaliando que o clima na Casa era de quase consenso em torno do projeto.

Deputados do PT fizeram comentários descontraídos durante a votação, especulando sobre a possibilidade de Renan Calheiros ser o relator no Senado, ao que a ministra Gleisi Hoffmann respondeu que aguardam o texto chegar àquela Casa Legislativa.

Créditos: O Globo