Mato Grosso registra primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol em bebidas
Mato Grosso confirmou o primeiro caso de intoxicação por metanol relacionada ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, atualmente em investigação. A notícia foi divulgada pelo Ministério da Saúde na manhã do último sábado (04).
No Brasil, já são 127 casos notificados, sendo 11 com confirmação laboratorial e 116 em investigação. Deste total, 104 casos estão em São Paulo (11 confirmados e 93 em apuração). Também há investigações em Pernambuco (7), Mato Grosso do Sul (4), Bahia, Goiás e Paraná (2 cada), além de um caso em cada no Distrito Federal, Roraima, Minas Gerais, Mato Grosso, Espírito Santo e Piauí.
Até o momento, foram registrados 12 óbitos relacionados ao problema, com um confirmado em São Paulo e 11 em investigação (oito em São Paulo, um em Pernambuco, um na Bahia e um no Mato Grosso do Sul). A Secretaria de Estado de Saúde (SES) ainda não se posicionou sobre o caso.
Na sexta-feira (03), o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Mato Grosso (Cievs-MT), da SES, divulgou um Comunicado de Risco direcionado aos profissionais da saúde. Até então, nenhum caso havia sido notificado no estado.
O responsável técnico do Cievs, Menandes Alves de Souza Neto, ressaltou a importância da notificação imediata de casos suspeitos ao órgão. O comunicado traz orientações para profissionais e gestores de saúde pública sobre sintomas, exames essenciais e protocolos de tratamento.
Os sintomas iniciais da intoxicação por metanol são inespecíficos, com sinais que podem lembrar a embriaguez comum, como náusea, vômito, dor abdominal, cefaleia e confusão mental, aparecendo de seis a 12 horas após a ingestão.
De 12 a 24 horas, pode ocorrer toxicidade sistêmica severa, com sintomas visuais que incluem visão turva, fotofobia e pupilas dilatadas, podendo progredir para cegueira permanente. Também são observadas manifestações neurológicas como cefaleia intensa, convulsões e coma, além de alterações metabólicas como respiração rápida e profunda.
O comunicado enfatiza a importância da investigação epidemiológica em casos confirmados para identificar a origem da contaminação, evitar novos casos e monitorar todas as pessoas expostas para garantir avaliação médica precoce.
Créditos: FolhaMax