Economia
17:07

Censo 2022 aponta mais estudo, mas menor renda feminina que masculina

O módulo sobre Trabalho e Rendimento do Censo 2022, divulgado pelo IBGE em 9 de outubro, mostra que mulheres ainda são minoria no mercado de trabalho e recebem salários inferiores aos homens, apesar de terem maior nível de instrução.

Em 2022, 62,9% dos homens com mais de 14 anos estavam empregados, enquanto apenas 44,9% das mulheres da mesma faixa etária trabalhavam. Ainda que representem 52% da população, as mulheres correspondiam a apenas 43,6% da força de trabalho.

A presença feminina se destacava em três dos dez grandes grupos ocupacionais: eram maioria entre profissionais das ciências e intelectuais, trabalhadores de apoio administrativo e do setor de serviços, comércio e vendas. Por outro lado, as menores participações femininas foram registradas entre operadores de máquinas, montadores e integrantes das forças armadas, policiais e bombeiros militares.

Por atividades, as mulheres dominavam os serviços domésticos com 93,1% da força, e também ultrapassavam 70% dos trabalhadores da saúde e educação.

A desigualdade salarial persiste: o rendimento médio mensal dos homens foi de R$ 3.115, R$ 609 a mais que o das mulheres, que ficou em R$ 2.506. A diferença salarial aumenta entre quem tem ensino superior completo, onde homens ganham R$ 7.347 em média, enquanto mulheres recebem 60% desse valor, cerca de R$ 4.591. Contudo, as mulheres continuam mais instruídas: 28,9% têm ensino superior completo contra 17,3% dos homens.

O IBGE também revela desigualdades de renda por cor ou raça. Trabalhadores indígenas têm a menor média salarial, R$ 1.653, seguidos pelos pretos, com R$ 2.061. Pessoas de cor amarela ganham em média R$ 5.942 e brancos, R$ 3.659.

Pretos, pardos e indígenas recebem remuneração inferior à dos brancos e amarelos e também abaixo da média nacional, independentemente da escolaridade. Entre os com ensino superior, indígenas ganham menos da metade do que pessoas amarelas (R$ 3.799 contra R$ 8.411) e pretos têm salário médio de R$ 4.175 contra R$ 6.547 dos brancos.

Em relação à escolaridade, entre brancos e amarelos, o número de pessoas com ensino superior supera as de baixa escolaridade. Entretanto, o oposto ocorre entre pretos, pardos e indígenas: nesse último grupo, 34,7% dos trabalhadores não completaram o ensino básico, enquanto apenas 12,4% possuem ensino superior completo.

Créditos: Agencia Brasil

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