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Historiador considera pouco provável retomada da guerra entre Israel e Hamas

O historiador João Miragaya considera que o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas deve marcar o fim do conflito e avalia como “pouco provável” que a guerra recomece. Em entrevista ao podcast O Assunto, Miragaya, mestre em História pela Universidade de Tel Aviv e assessor do Instituto Brasil-Israel, apontou que o acordo indica uma proximidade do término do conflito.

Ele destaca que o Hamas não abriria mão de sua principal carta, os reféns israelenses sequestrados desde outubro de 2023, sem garantias claras de que Israel não voltará a atacar a Faixa de Gaza. Segundo Miragaya, fontes diversas confirmaram que Estados Unidos e Catar asseguraram ao Hamas que novos ataques israelenses não ocorrerão após o cessar-fogo.

Além disso, os Estados Unidos teriam interesse em manter essa trégua para preservar a confiança dos aliados no mundo árabe-islâmico, como Catar, Turquia e Egito, que exigiram essas garantias.

O cessar-fogo entrou em vigor às 6h de sexta-feira (10), conforme comunicado do Exército israelense, horas depois do governo Israel ratificar o acordo com o Hamas. Em seguida, milhares de palestinos deslocados pelo conflito começaram a retornar às suas casas, abandonadas durante os avanços das tropas israelenses. Imagens capturadas por agências estrangeiras mostraram uma longa coluna de pessoas caminhando por uma estrada costeira.

A Reuters registrou colunas de fumaça no céu de Gaza após o início da trégua. O governo israelense não se pronunciou sobre o fato até a última atualização da reportagem, apenas informando que continuará eliminando ameaças imediatas sem detalhar o que isso significa.

Conforme previsto, as forças israelenses recuaram para uma linha acordada, reduzindo sua ocupação no território palestino para cerca de 53%, ante 75% antes do cessar-fogo. Um porta-voz do Exército aconselhou os palestinos a evitarem as regiões ainda sob controle israelense para assegurar o cumprimento do acordo e a segurança de todos.

Na noite de quinta-feira, Israel ratificou o acordo assinado com o Hamas para cessar-fogo e devolução dos reféns. O acordo estabelece que o cessar-fogo deve entrar em vigor em até 24 horas após a aprovação, segundo o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu.

O plano de paz, proposto pelo então presidente dos Estados Unidos Donald Trump, prevê a libertação de 48 reféns israelenses mantidos pelo Hamas em até 72 horas após o início da trégua, prazo que começou a contar com a implementação do cessar-fogo, conforme Netanyahu.

O acordo de paz, anunciado no fim de setembro, foi mediado por Egito, Catar e Turquia e inclui:

– Reféns: Conforme Israel, o Hamas mantém 48 dos 251 sequestrados em 2023; os demais foram libertados em outros acordos ou ações militares israelenses.
– Ataques: O plano prevê o fim dos bombardeios na Faixa de Gaza e o recuo das Forças de Defesa de Israel para linhas estabelecidas com o Hamas, mantendo tropas em parte do território.
– Início da trégua: A data oficial de vigência do acordo ainda não foi confirmada, com votação prevista pelo governo de Israel.
– Detalhes pendentes: Ainda não se sabe se o plano completo da Casa Branca foi aceito integralmente ou se houve alterações.

Esta trégua marca um momento de esperança para o fim da guerra que atinge a Faixa de Gaza desde 2023.

Créditos: g1

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