Economia
18:05

Trump condiciona ajuda financeira à Argentina ao resultado das eleições legislativas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a ajuda financeira à Argentina será condicionada ao resultado das eleições legislativas de 26 de outubro. Este pleito é crucial para o presidente argentino Javier Milei, que precisa conquistar um terço da Câmara para formar um escudo legislativo que permita aprovar reformas econômicas.

Durante um encontro em Washington, Trump ressaltou a importância de uma Argentina forte para influenciar positivamente outros países. Ele também expressou preocupação com a influência da China e manifestou apoio à possível dolarização da economia argentina. Milei agradeceu o apoio dos EUA e destacou a liderança do presidente americano.

Trump afirmou que o governo americano está disposto a apoiar Milei para as próximas eleições e que, caso a Argentina tenha sucesso, outros países poderão seguir o exemplo. Contudo, se o governo argentino perder as eleições legislativas, a ajuda financeira será suspensa.

No pleito, será renovado um terço da Câmara e metade do Senado. O desafio de Milei é garantir ao menos um terço da Câmara para impedir que seus vetos presidenciais sejam derrubados e para avançar com reformas trabalhistas e tributárias. Apesar de pesquisas apontarem tendências desfavoráveis em províncias importantes como Buenos Aires, Córdoba, Santa Fe e Entre Rios, Trump expressou confiança na melhora dos números de Milei.

Fontes próximas à Casa Rosada esclareceram que Trump teria confundido o tipo da eleição, acreditando ser um pleito presidencial em vez de legislativo, mas é igualmente importante para garantir a governabilidade do país. Questionado sobre as críticas internas nos EUA acerca do pacote de ajuda, Trump defendeu que um sucesso da Argentina serviria de modelo para outras nações.

Milei disse que a ajuda americana é uma resposta a ataques políticos de opositores e ressaltou que opositores, especialmente do kirchnerismo, buscaram desestabilizar o mercado com um golpe de mercado. As interferências constantes do Banco Central e do Tesouro visam lidar com problemas de liquidez.

Trump justificou o apoio ao governo argentino considerando fundamental evitar que a Argentina siga o caminho da Venezuela, hoje uma ditadura. O presidente dos EUA mencionou sua conversa com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, como exemplo de aproximação regional.

Embora estivesse prevista uma reunião no Salão Oval, o encontro ocorreu em formato de almoço entre as equipes de trabalho dos dois países. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que Milei precisa vencer as eleições e está tomando as medidas certas, negando que os EUA tenham exigido a suspensão de um swap cambial fechado com a China.

Trump alertou sobre a postura dura da China, principalmente em assuntos de defesa e presença militar, e fontes internacionais viram suas declarações como o uso de “armas econômicas com propósitos geopolíticos”, aplicando instrumentos financeiros para interferir em países aliados.

A reunião gerou dúvidas quanto à implementação do swap cambial anunciado pelos EUA, instrumento que poderá evitar uma corrida cambial após as eleições. Sem o suporte externo, a Argentina não teria recursos para cobrir suas necessidades financeiras nos próximos meses, aumentando o risco de um novo calote da dívida pública.

Créditos: O Globo

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