Trump condiciona ajuda à Argentina à vitória de Milei nas eleições de outubro
Donald Trump, do Partido Republicano, afirmou nesta terça-feira (14.out.2025) que as eleições legislativas da Argentina marcadas para 26 de outubro são “muito importantes”. O presidente dos Estados Unidos disse que a ajuda econômica ao país sul-americano dependerá da vitória do grupo político liderado por Javier Milei (La Libertad Avanza, direita).
“Se ele [Milei] perder, não seremos generosos com a Argentina”, declarou Trump ao receber o presidente argentino na Casa Branca. O líder americano também elogiou a atuação de Milei à frente da Casa Rosada e expressou confiança em um resultado favorável nas urnas: “Os números nas pesquisas são bons e devem melhorar após hoje”.
O encontro de 14 de outubro em Washington D.C. teve como objetivo discutir o pacote de ajuda econômica dos Estados Unidos para a Argentina. As negociações são conduzidas pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, que declarou que o país sul-americano enfrenta “100 anos de má política econômica” e que a vitória da coalizão governista nas eleições ampliará a agenda de reformas de Milei.
Milei agradeceu os comentários de Trump e Bessent e também destacou o papel do secretário de Estado, Marco Rubio. Ele manifestou: “Muito obrigado por me receber e pelo que estão fazendo pelo mundo livre”, referindo-se ao plano de paz para a Faixa de Gaza.
O presidente argentino afirmou que seu governo enfrenta “ataques políticos de opositores que não querem que a Argentina retome a liberdade e rejeite ideias fracassadas que levam o país ao socialismo”.
As eleições de 26 de outubro irão avaliar a popularidade e o desempenho econômico do governo de Milei, que está no cargo há pouco menos de dois anos. Serão disputadas metade das cadeiras da Câmara dos Deputados (127 de 257) e um terço dos assentos do Senado (24 de 72). Atualmente, a coalizão governista liderada por Milei possui minoria no Congresso: na Câmara são 85 deputados, dos quais 40 são do partido Libertad Avanza, e no Senado o governo tem 13 vagas, sendo 6 do partido do presidente.
“Você vai vencer a eleição e estou aqui para confirmar esse apoio”, disse Trump. “Estou com você porque acredito que sua filosofia está correta”, acrescentou.
Trump também comentou sobre a possibilidade de um acordo de livre comércio entre os EUA e a Argentina. Declarou que as discussões permanecem abertas e que a negociação seria mais fácil se a Argentina adotasse o dólar como moeda oficial.
Indagado sobre a proposta de dolarização da economia argentina, Trump manifestou aprovação. O presidente americano aproveitou para ameaçar aplicar tarifas aos países do Brics, caso o bloco adote uma moeda alternativa para comércio.
“Sou totalmente a favor do dólar, e quem negocia em dólares tem vantagem sobre quem não negocia. Quem quiser participar do Brics, está bem, mas vamos impor tarifas a essas nações. O que o Brics fez foi um ataque ao dólar”, afirmou.
Trump citou brevemente o Brasil, mencionando uma conversa positiva com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos bastidores da ONU. O Departamento de Estado dos EUA e o Itamaraty continuam a trabalhar em um acordo comercial para reverter tarifas impostas pelos americanos, com encontro presencial em Washington ainda em pauta.
Tanto Trump quanto o secretário Marco Rubio destacaram a aproximação entre os EUA e países da América do Sul e América Latina, citando, além da Argentina, El Salvador e Costa Rica. Rubio também ressaltou o segundo turno das eleições presidenciais da Bolívia, marcado para domingo (19.out), entre candidatos de direita e centro-direita, afirmando que “a Bolívia tem candidatos que querem se aproximar dos Estados Unidos”.
Créditos: Poder360