Mendonça determina sequestro de R$ 389 mi do sindicato ligado a irmão de Lula
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça ordenou o bloqueio de R$ 389 milhões em bens e valores do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas), entidade vinculada ao irmão do presidente Lula (PT).
O Sindnapi está sob investigação por fraudes no INSS. José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico e irmão de Lula, exerce o cargo de vice-presidente do sindicato, porém não é alvo das investigações da Polícia Federal nem da decisão do STF.
A determinação de Mendonça alcança o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, além do espólio do ex-presidente João Batista Inocentini, o João Feio, falecido em 2023. Também são incluídos na decisão Luiz Antonio Adriano da Silva, diretor secretário-geral; Anísio Ferreira de Sousa, diretor nacional tesoureiro; e Carlos Cavalcante de Lacerda, diretor nacional de assuntos previdenciários.
O bloqueio de bens e valores soma R$ 389.490.908,91, referente ao total recebido desde a celebração dos ACTs até janeiro de 2025 pelas referidas entidades e sua diretoria, conforme trecho da decisão do ministro Mendonça.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou suspeita de lavagem de dinheiro. Conforme a PGR, as investigações da Polícia Federal identificaram movimentações financeiras atípicas envolvendo o Sindnapi e pessoas físicas e jurídicas ligadas aos seus dirigentes, caracterizando atos típicos de lavagem de dinheiro.
A decisão de Mendonça motivou a nova fase da Operação Sem Desconto da Polícia Federal, deflagrada recentemente. Nesta etapa, o Sindnapi foi alvo de buscas e apreensões, com agentes recolhendo malotes e caixas contendo documentos. Segundo Donato Rodrigues, diretor-executivo do Sindnapi, computadores e celulares não foram apreendidos.
A operação objetiva apurar crimes como a inserção de dados falsos em sistemas oficiais, além de investigar possível organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação de patrimônio, conforme informações da Polícia Federal.
O Sindnapi manifestou surpresa com a operação. Em nota, a entidade reiterou seu repúdio a qualquer alegação de práticas ilícitas em sua gestão ou descontos indevidos aos associados. Também informou que seus advogados não tiveram acesso ao inquérito policial, conteúdos das representações policiais nem aos fundamentos da decisão que autorizou as medidas cautelares.
Créditos: UOL