Internacional
21:09

EUA autorizam CIA a atuar na Venezuela contra Maduro, diz Trump

Os Estados Unidos, liderados pelo presidente Donald Trump, avançaram em sua campanha contra o regime de Nicolás Maduro ao autorizar a Agência Central de Inteligência (CIA) a operar na Venezuela. A informação foi confirmada por Trump após o New York Times revelar que a Casa Branca havia aprovado ações secretas da inteligência americana no país.

Trump mencionou que ataques “em terra” na Venezuela estão sendo considerados, configurando uma escalada significativa na pressão dos EUA sobre o governo venezuelano. Essa medida ressalta a disposição americana em combater o narcotráfico, a imigração ilegal e, principalmente, derrubar o regime chavista.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de a CIA remover diretamente Maduro do Palácio Miraflores, Trump classificou a pergunta como “ridícula”, mas destacou que o regime venezuelano sente pressão. Autoridades americanas, sob anonimato, afirmam que a meta final é derrubar o líder considerado um “narcoterrorista” e governante “ilegítimo” pelo governo republicano.

Os EUA acusam Maduro e seus aliados de liderar o Cartel de Los Soles, vinculado à gangue Tren de Aragua, ativa na América Latina e com presença recente nos EUA. Segundo o New York Times, a autorização dada à CIA permite ações secretas letais contra o chavismo, isoladamente ou junto a operações militares maiores, inclusive atingindo outras áreas do Caribe.

O coronel e analista militar Paulo Roberto da Silva Gomes Filho avaliou que os EUA podem realizar ataques pontuais com mísseis, drones ou forças especiais, semelhantes à operação contra Osama Bin Laden no Paquistão. Ele descartou a possibilidade de uma invasão em grande escala, pois contrariaria promessas de Trump de evitar novas guerras.

Igor Lucena, economista e doutor em relações internacionais, concorda que um conflito é possível, mas sem invasão terrestre, apontando para ataques aéreos, navais ou destruição de bases estratégicas para a defesa venezuelana. Para ele, a pressão americana pode gerar fissuras internas no regime chavista, provocando possíveis revoltas para diminuir o cerco externo.

Uma fonte militar brasileira destacou que, diferentemente da inteligência brasileira, a CIA atua ativamente no exterior, incluindo ações de combate físico autorizadas por Trump. Isso pode incluir sequestros ou eliminação de ameaças. A inteligência americana possivelmente possui informações detalhadas sobre Maduro, aumentando chances de traição interna, especialmente considerando a recompensa de US$ 50 milhões por sua captura.

O foco atual dos EUA é a demonstração de força, com bases próximas facilitando movimentação militar no Caribe. Além disso, operações frequentes servem para treinamento das tropas. A fonte mencionou que a CIA pode até realizar uma extração de Maduro para os EUA, onde ele enfrentaria justiça.

Essas ações podem causar instabilidade regional, afetando o fluxo migratório e fortalecendo retóricas nacionalistas antiamericanas, segundo Paulo Filho. Lucena ressaltou que o conflito pode se estender, por exemplo, à Guiana, com os Estados Unidos possivelmente defendendo aliados na América Latina e gerando desafios diplomáticos para o Brasil.

Ele acrescentou que o governo Lula terá que escolher entre apoiar Caracas, o que poderia provocar Washington, ou alinhar-se aos EUA, influenciando negociações comerciais em curso. Recentemente, bombardeiros B-52 americanos foram vistos sobrevoando perto da Venezuela, elevando o alerta do regime chavista, que qualificou as ações como agressão e assédio.

No início do ano, os EUA classificaram cartéis latino-americanos como organizações terroristas, justificando ações militares no Caribe. O Comando Sul bombardeará embarcações oriundas da Venezuela com drogas nos últimos meses, mantendo as operações em águas internacionais, mas cada vez mais próximas do país.

Em agosto, foi dobrada a recompensa pela captura de Maduro, e Trump determinou o fim do diálogo diplomático por frustração com as negociações que não levaram à renúncia do líder venezuelano. O diretor da CIA, John Ratcliffe, tem trabalhado com o senador Marco Rubio e assessores em um plano para pressionar Maduro a deixar o poder.

Reportagem de setembro do New York Times apontou uma estratégia agressiva, alimentada por informações da CIA, contra suspeitos de tráfico, incluindo Maduro, descrito como “foragido da Justiça americana” e chefe de uma organização terrorista e criminosa que controla a Venezuela.

Créditos: Gazeta do Povo

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