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Comandante militar dos EUA no Caribe anuncia saída em meio a tensão com Venezuela

O almirante norte-americano Alvin Holsey, líder das forças militares dos EUA na América Latina, deixará seu cargo no final de 2024, conforme anunciado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, em 16 de novembro. A decisão surpreende, pois ocorre em meio à escalada das tensões com a Venezuela.

Holsey assumiu o Comando Sul das Forças Armadas dos EUA no final de 2024, em um cargo que geralmente tem duração de três anos. Segundo fontes da Reuters, houve tensão entre Holsey e Hegseth, com questionamentos sobre uma possível demissão antes do anúncio oficial.

O almirante confirmou em suas redes sociais que irá se aposentar a partir de 12 de dezembro, sem fornecer mais detalhes. Ele declarou que foi uma honra servir a nação americana e defender a Constituição por mais de 37 anos.

Essa saída acontece enquanto os Estados Unidos intensificam ataques contra supostos cartéis de drogas no Caribe. Nem a Marinha nem o Comando Sul comentaram o assunto.

O senador Jack Reed, principal democrata do Comitê de Serviços Armados do Senado, manifestou preocupação, afirmando que a renúncia de Holsey aprofunda o temor de que o governo atual negligencie lições aprendidas em campanhas militares anteriores e desconsidere conselhos de combatentes experientes.

A saída do almirante ocorre em um contexto de reforço militar dos EUA na região do Caribe, incluindo tropas armadas com mísseis guiados, caças F-35 e cerca de 6.500 soldados, enquanto o presidente Donald Trump intensifica o confronto com o governo venezuelano.

Os ataques dos EUA contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas perto da costa venezuelana resultaram na morte de pelo menos 27 pessoas, despertando preocupações entre especialistas jurídicos e parlamentares, majoritariamente democratas, que questionam a conformidade dos ataques com as leis de guerra.

O governo Trump alega que está em guerra contra grupos narcoterroristas da Venezuela, justificando a legitimidade das ações militares.

Em 15 de novembro, o líder norte-americano revelou ter autorizado a Agência Central de Inteligência a realizar operações secretas dentro da Venezuela, alimentando especulações em Caracas sobre tentativas dos EUA de destituir o presidente Nicolás Maduro.

Holsey é o mais recente entre vários oficiais-generais que deixaram seus cargos desde que Hegseth assumiu o comando do Pentágono. Entre essas demissões abruptas estão a chefe do Conjunto Estado-Maior, CQ Brown, primeira pessoa negra no cargo, e a chefe de Operações Navais, Lisa Franchetti, primeira mulher a ocupar a função.

Créditos: CNN Brasil

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