EUA mantêm dois sobreviventes de ataque a embarcação suspeita no Caribe
O exército dos Estados Unidos resgatou dois sobreviventes de uma embarcação suspeita de tráfico de drogas no Caribe, após um ataque americano que resultou em duas mortes.
Os dois sobreviventes estão sob custódia em um navio de guerra dos EUA, conforme revelado por três fontes à Reuters. A operação, realizada na quinta-feira, pode representar a captura dos primeiros prisioneiros de guerra em um conflito iniciado pelo ex-presidente Donald Trump contra o que chamou de “ameaça narcoterrorista” oriunda da Venezuela.
O Pentágono não comentou o ocorrido. De acordo com uma das fontes, a embarcação atingida afundou parcialmente e pode ser um semissubmersível, tipo de barco usado por traficantes para evitar detecção.
Cinco fontes informaram à Reuters que os sobreviventes foram resgatados por helicópteros militares e levados a um navio de guerra dos EUA. Antes disso, ataques norte-americanos contra embarcações suspeitas na costa venezuelana não haviam deixado sobreviventes, com vídeos da administração Trump mostrando as embarcações sendo destruídas.
A administração republicana afirmou que as operações anteriores resultaram em 27 mortes, gerando críticas de especialistas em direito internacional e parlamentares democratas que questionam a legalidade das ações.
Esses ataques ocorrem no contexto de um reforço militar dos EUA no Caribe, que conta com destróieres equipados com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e aproximadamente 6.500 soldados mobilizados. Essa medida faz parte de uma postura mais dura de Washington em relação ao governo de Nicolás Maduro.
Na quarta-feira, Trump declarou ter autorizado a CIA a realizar operações secretas na Venezuela, aumentando suspeitas de que os EUA tentam derrubar o presidente venezuelano.
Em carta ao Conselho de Segurança da ONU, o embaixador venezuelano Samuel Moncada solicitou que os ataques sejam classificados como ilegais e pediu respeito à soberania da Venezuela.
Em outubro, o Pentágono informou ao Congresso que Trump classificou a situação na região como um “conflito armado não internacional”, justificando legalmente o uso da força.
Dias antes, o Departamento de Defesa comunicou que as operações antinarcóticos no Caribe deixariam de ser lideradas pelo Comando Sul, sediado em Miami, passando para a II Força Expedicionária de Fuzileiros Navais, em Camp Lejeune, Carolina do Norte.
Essa mudança surpreendeu observadores militares já que normalmente o Comando Sul conduz operações dessa magnitude.
Na quinta-feira, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, anunciou que o almirante responsável pelo Comando Sul deixará o cargo no final do ano, dois anos antes do planejado.
Créditos: O Globo