Trump comuta pena do ex-deputado republicano George Santos nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 17 de janeiro a comutação da pena do ex-deputado republicano George Santos, de Nova York e filho de brasileiros, que cumpria uma condenação superior a sete anos de prisão por fraude e roubo de identidade.
Trump comunicou a decisão por meio de uma publicação na rede social Truth Social, afirmando ter assinado a ordem para a libertação imediata de Santos. Segundo ele, Santos foi um ‘desajustado’, mas ressaltou que há muitos outros em situação semelhante que não cumprem pena tão longa.
George Santos iniciou o cumprimento da sentença em julho na Penitenciária Federal de Fairton, Nova Jersey. Condenado em abril, ele confessou crimes envolvendo fraude eletrônica e falsidade ideológica para captar fundos ilegais para sua campanha ao Congresso.
As autoridades indicaram que Santos praticou vários golpes, enganando doadores e usando identidades de terceiros para captação de recursos. Além disso, foi acusado de fraudar seguro-desemprego enquanto trabalhava na Flórida. Ao todo, somam-se 23 denúncias criminais contra ele.
Ele foi eleito em 2022 pelo Partido Republicano para representar um distrito que inclui áreas do Queens e Long Island, em Nova York. Porém, sua carreira política foi interrompida menos de um ano após a posse, quando diversas falsificações no seu currículo vieram à tona.
Durante a campanha, Santos se apresentou como empresário bem-sucedido com experiência em instituições financeiras, jogador universitário de vôlei e “orgulhoso judeu norte-americano”, mas depois admitiu que mentiu sobre sua formação, empregos e origem.
Em dezembro de 2023, a Câmara dos Representantes votou pela cassação do mandato de Santos por 311 votos a favor e 114 contra, com apoio da maioria dos democratas e mais de cem republicanos. Ele foi o sexto deputado norte-americano a ser expulso da Câmara, e o primeiro a perder o mandato antes de uma condenação criminal.
Após a cassação, Santos passou a produzir podcasts e vender vídeos na internet, além de manifestar expectativa por clemência presidencial. Durante o período na prisão, defendeu-se alegando perseguição política e excesso da promotoria.
Em sua última publicação antes do encarceramento, comentou nas redes sociais sobre o fim de seu ciclo público, reconhecendo que sua trajetória foi bagunçada, ocasionalmente glamourosa e que tentou ser honesto na maioria dos dias.
Trump comparou o caso de Santos a declarações falsas do senador democrata Richard Blumenthal sobre ter servido no Vietnã, que depois admitiu ser mentira. O presidente afirmou que o status de herói de guerra de Blumenthal foi inventado, classificando como pior que as ações de Santos, que sempre votou republicano.
O presidente alegou ainda que Santos foi maltratado na prisão, ficando longos períodos em confinamento solitário. Com a ordem presidencial, Santos sai da prisão apenas três meses após iniciar a pena.
Esta medida integra uma série de perdões e comutações que Trump tem concedido em seu segundo mandato. Além de Santos, ele já perdoou mais de 1,5 mil pessoas relacionadas à invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Créditos: Revista Oeste