Internacional
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Com eleição na Bolívia, mapa político da América do Sul equilibra-se entre direita e esquerda

Com a vitória de Rodrigo Paz na Bolívia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perde um aliado no país vizinho, que passa a integrar o grupo de nações da América do Sul governadas por líderes de direita e centro-direita. Atualmente, o presidente boliviano é Luis Arce, eleito em 2020 com o apoio de Evo Morales.

Rodrigo Paz, presidente eleito de centro-direita, tomará posse em 8 de novembro. A partir dessa data, a Bolívia ficará mais alinhada ideologicamente à Argentina, Equador, Paraguai e Peru, países da região que fazem parte ou estão próximos desse espectro político.

O resultado das eleições bolivianas ajuda a equilibrar o cenário ideológico na América do Sul. No entanto, a maioria dos governantes da região permanece alinhada ao progressismo, incluindo líderes de Brasil, Chile, Colômbia, Guiana, Venezuela, Uruguai e Suriname.

A vitória de Paz encerra quase 20 anos de domínio do MAS (Movimento ao Socialismo), partido liderado por Evo Morales, e é relevante para as relações internacionais da Bolívia.

Enquanto Evo e Arce mantiveram laços com países que se opõem aos Estados Unidos, Paz já manifestou a intenção de melhorar as relações com o governo americano. A Casa Branca vê essa mudança na Bolívia como uma oportunidade para uma reaproximação.

Próximo de Arce, Luís Inácio Lula da Silva parabenizou Rodrigo Paz na segunda-feira (20), destacando que a conclusão do processo eleitoral em clima de tranquilidade e harmonia demonstra o compromisso da sociedade boliviana com a democracia, que deve continuar guiando toda a região.

Outras eleições na América do Sul neste ano incluem a reeleição do direitista Daniel Noboa no Equador, em abril, que iniciou um mandato de quatro anos após derrotar a opositora de esquerda Luisa González. Na Guiana, Irfaan Ali, de centro-esquerda, foi reeleito em setembro, e no Suriname, Jennifer Geerlings-Simons foi eleita a primeira mulher presidente pelo Parlamento.

No Peru, José Jerí, de direita, assumiu o governo após o impeachment de Dina Boluarte em 10 de outubro, tornando-se o sétimo presidente do país desde 2016. Ele prometeu uma postura firme contra a criminalidade.

Créditos: Folha de S.Paulo

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