Divisão política na América do Sul dificulta projetos coletivos, diz análise
A recente eleição de Rodrigo Paz na Bolívia reforça um cenário de divisão política na América do Sul, onde cinco países agora possuem governos conservadores, indicando uma mudança significativa no panorama regional que pode afetar a cooperação entre as nações.
Segundo a análise de Fernanda Magnotta no CNN 360°, essa divisão prejudica projetos econômicos para a região. “As pautas de interesse são diferentes, e temos dificuldade de criar projetos coletivos”, afirmou Magnotta.
Esse momento atual difere de períodos anteriores, como a “Onda Rosa” e a “Maré Azul”, que foram marcados por maior convergência ideológica entre os países do Cone Sul. A polarização presente hoje se manifesta em diversas áreas, impactando desde questões econômicas até acordos internacionais.
Duas correntes principais predominam na região: uma que valoriza o papel do Estado como agente social, adotando uma visão distributivista e focando em políticas externas autônomas; e outra que defende ajustes fiscais, desregulamentação e um alinhamento maior com o Ocidente.
Essa divisão influencia diretamente a capacidade dos países sul-americanos de implementar ações coletivas, afetando organizações como Mercosul, Celac e Unasul. Ela também interfere na posição desses países diante de potências globais como Rússia, União Europeia e Estados Unidos.
A polarização se reflete nas prioridades temáticas: um grupo defende uma política externa pragmática voltada para comércio e investimentos, enquanto o outro prioriza pautas como promoção da democracia e questões ambientais.
Nesse cenário, o Brasil pode surgir como um possível mediador regional, utilizando sua capacidade de diálogo com diferentes espectros políticos para ampliar seu protagonismo e atuar como ponte entre as visões que dividem a América do Sul.
Créditos: CNN Brasil