Especialistas discutem liberação para Petrobras perfurar na bacia da foz do Amazonas
Na segunda-feira (20), o Ibama autorizou a Petrobras a perfurar um poço na bacia da foz do Amazonas, decisão que gerou debates sobre os possíveis impactos ambientais e econômicos dessa operação.
No programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, especialistas foram convidados para analisar o assunto. Nicole Oliveira, diretora-executiva do Instituto Arayara, integrante do Observatório do Clima, afirmou que a liberação foi resultado de pressão política e não técnica, destacando que 29 técnicos do Ibama foram contrários a esse licenciamento em parecer assinado em fevereiro deste ano.
Ela expressou preocupação com a região escolhida para a perfuração, ressaltando sua grande biodiversidade e a importância da pesca na área tanto industrial quanto artesanal, atividade que sustenta mais de 20 mil famílias na costa amazônica. Nicole também alertou para o risco de vazamentos afetarem manguezais no Brasil e em países vizinhos, como Guiana e Suriname.
Do lado econômico, Telmo Ghiorzi, presidente-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (Abespetro), destacou que a exploração poderá aumentar as reservas de petróleo, garantindo segurança energética ao país, além de gerar empregos em um setor bem remunerado.
Ghiorzi reconheceu as preocupações ambientais, mas afirmou que o Brasil possui conhecimento técnico e tecnologia acumulados há mais de 50 anos para realizar a produção offshore sem riscos ambientais.
O tema permanece em destaque devido ao equilíbrio entre os benefícios econômicos promissores e os cuidados ambientais necessários à região da foz do Amazonas.
Créditos: GauchaZH