Ibama autoriza Petrobras a perfurar petróleo na bacia da Foz do Amazonas
Após mais de cinco anos de impasse, o Ibama concedeu à Petrobras autorização para perfuração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, situada em águas profundas do Amapá, a 500 km da foz do rio Amazonas.
Esta área, integrante da Margem Equatorial, pode abrigar aproximadamente 5,7 bilhões de barris equivalentes de petróleo, o que representa um aumento de 34% nas reservas provadas do país.
A Petrobras planeja perfurar 15 poços na região, com investimento previsto de cerca de US$ 3 bilhões até 2029. O primeiro poço, chamado “Morpho”, deve apresentar resultados em cinco meses.
Ambientalistas manifestaram críticas à decisão, especialmente pela proximidade da COP30, destacando preocupações sobre a exploração de combustíveis fósseis em vez do investimento em fontes renováveis.
A bacia da Foz do Amazonas integra cinco bacias que compõem a Margem Equatorial, localizada entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, totalizando aproximadamente 560 mil km².
Países vizinhos, como Guiana, Guiana Francesa e Suriname, já iniciaram processos para exploração petrolífera em áreas próximas.
A bacia da Foz do Amazonas foi adquirida em blocos na 11ª rodada da ANP em 2013. Inicialmente em consórcio com as empresas Total e BP, que depois saíram, a Petrobras tornou-se única operadora do bloco.
Em 2023, o pedido da Petrobras para início da perfuração foi negado pelo Ibama, gerando debates envolvendo o governo federal e a ministra do Meio Ambiente.
Especialistas veem a liberação com cautela, destacando a importância do rigor ambiental e da avaliação econômica, dado o conhecimento ainda limitado do potencial geológico da região.
O Ibama definiu 28 condições específicas para a licença e afirmou que, em caso de descumprimento, a autorização pode ser suspensa ou cancelada.
Representantes do setor apontam que a exploração pode gerar empregos, renda e aumentar a arrecadação de royalties, beneficiando regiões mais pobres do Brasil.
A indústria do petróleo e gás tem grande participação no PIB industrial nacional e conta com investimentos bilionários previstos para o futuro.
Pesquisadores ressaltam que o projeto deve ser competitivo, ambientalmente responsável e socialmente justo, especialmente frente aos desafios climáticos e preços internacionais do petróleo.
A Petrobras anunciou também investimentos em fundos dedicados à transição energética e à descarbonização no mesmo dia da autorização.
Créditos: NeoFeed