Opinião
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Ministro Luiz Fux questiona narrativa sobre urnas eletrônicas e saúda absolvições

Por Rodrigo Constantino

Em recente voto, o ministro Luiz Fux absolveu todos os envolvidos no denominado ‘núcleo da desinformação’, ressaltando que desinformar não configura crime no Brasil. Fux criticou abertamente seus pares, destacando a importância de afirmarmos verdades óbvias em tempos difíceis.

O ministro também solicitou sua saída da primeira turma, possivelmente cansado da postura ativista de alguns colegas empenhados em perseguir o ex-presidente Bolsonaro e aliados. O destaque principal foi a resposta dada a Alexandre Moraes sobre as urnas eletrônicas.

Fux lembrou que, em 2014, o PSDB, partido ao qual Moraes pertence, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que realizasse uma auditoria nas urnas eletrônicas, o que foi concedido. Posteriormente, os auditores declararam ser impossível auditar as urnas.

Alexandre Moraes tem afirmado que questionar as urnas é um crime, embora não especifique qual seria. Entretanto, em qualquer sistema democrático, criticar ou questionar o processo eleitoral é parte fundamental da liberdade.

No passado, várias lideranças da esquerda, como Lula, Ciro Gomes, Requião e Flávio Dino, já criticaram o sistema eleitoral brasileiro, considerado um modelo “jabuticaba” devido à sua centralização e ausência do voto impresso, algo rejeitado por diversas democracias desenvolvidas, incluindo a Corte Suprema da Alemanha.

No Brasil, contudo, contestar as urnas tornou-se um tema tabu. O Partido Liberal recebeu multa milionária ao relacionar seu candidato à contestação do resultado eleitoral, numa medida que reforça o cuidado extremo com críticas às urnas eletrônicas.

A proximidade das eleições de 2026 tem levado à repressão de questionamentos, com alertas para que nada seja questionado sobre o sistema eleitoral. Esse contexto explicaria o desejo de Fux de deixar a primeira turma, diante do ambiente político e judicial atual.

Créditos: Gazeta do Povo

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