EUA bombardeiam barco no Pacífico próximo à América do Sul pela 1ª vez
Na noite de terça-feira (21), as Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram um bombardeio contra um barco que navegava perto da costa da América do Sul, no Oceano Pacífico.
Esse é o primeiro ataque militar reportado na região do Pacífico desde o início da ofensiva do governo Trump contra o tráfico de drogas na área, que antes se restringia ao Caribe.
O local exato do ataque não foi divulgado, mas uma autoridade de defesa confirmou que ocorreu perto da costa colombiana, em águas internacionais.
O secretário de Guerra americano, Pete Hegseth, confirmou a ação e informou que duas pessoas morreram. Segundo ele, o barco pertenceu a uma “organização terrorista” e transitava por uma rota conhecida do tráfico internacional de drogas.
O presidente Donald Trump declarou que as Forças Armadas têm autoridade para realizar tais ataques, uma vez que ocorreram em águas internacionais, conforme reiterado pelo secretário de Estado Marco Rubio.
Trump justificou a ação afirmando que 300 mil pessoas morreram nos EUA por problemas relacionados a drogas e afirmou que o combate no mar forçará traficantes a agir por terra, onde ordenará ações com aval do Congresso.
Nos últimos tempos, analistas criticaram essas ações. Um grupo independente de especialistas da ONU declarou que os bombardeios violam o direito internacional e configuram execuções extrajudiciais, alegando que equivalem a violações da soberania e obrigações internacionais dos EUA.
O ataque aconteceu durante o aumento da presença militar americana no Caribe, que inclui destróieres com mísseis, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6,5 mil militares.
Especialistas em direito questionam a condução dos ataques pelas Forças Armadas em vez da Guarda Costeira, principal responsável pela fiscalização marítima dos EUA, e também por que outras ações não precedem o uso da força letal.
Em agosto, a Guarda Costeira iniciou a Operação Víbora para interceptar drogas no Pacífico, apreendendo mais de 45 toneladas de cocaína até 15 de outubro.
Ainda não está claro por que o governo optou pelo bombardeio, em vez de tentar interceptar o barco pela Guarda Costeira.
Na semana anterior, a Reuters relatou que dois suspeitos de tráfico sobreviveram a um ataque no Caribe, foram resgatados, levados a um navio de guerra americano e depois repatriados para Colômbia e Equador.
Os ataques no Caribe já resultaram em pelo menos 32 mortos, mas o governo Trump não divulgou quantidades de drogas apreendidas nem evidências que comprovem o transporte de entorpecentes nas embarcações atacadas.
Créditos: g1