EUA iniciam nova campanha militar no Pacífico e tensionam América Latina
A campanha militar dos Estados Unidos contra o narcotráfico na América do Sul, iniciada pelo presidente Donald Trump, intensificou-se novamente com o segundo ataque em menos de 48 horas no Oceano Pacífico Oriental, expandindo as operações para além do Caribe.
Em ação comparada pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, à guerra ao terror pós-11 de Setembro, forças americanas atacaram um barco suspeito de tráfico, resultando em três mortes e elevando para 37 o número de vítimas desde setembro. Hegseth afirmou que os “narcoterroristas que tentam levar veneno às nossas praias” não terão “porto seguro em nosso hemisfério”, fazendo uma analogia entre cartéis e Al Qaeda.
Esse avanço no Pacífico é importante porque essa é a principal rota de contrabando de cocaína da Colômbia e do Equador. O presidente colombiano, Gustavo Petro, acusou os EUA de assassinato após ataques que vitimaram colombianos; Trump rebateu suspendendo toda ajuda externa a Bogotá e chamou Petro de “líder de drogas ilegal”.
Enquanto isso, a implantação de destróieres, caças F-35 e helicópteros “Night Stalkers” no Caribe tem gerado temores sobre uma possível intervenção na Venezuela. A Casa Branca nega intenção de derrubar Nicolás Maduro, mas analistas interpretam a movimentação como parte de uma guerra psicológica para pressionar por transição política.
No campo econômico, Trump condicionou um pacote de ajuda de US$ 40 bilhões à Argentina, dividido entre swap cambial e linha de crédito, ao sucesso eleitoral do candidato Javier Milei nas próximas eleições de meio de mandato. O presidente afirmou que, se Milei for derrotado, os EUA não permanecerão próximos por muito tempo.
Essa postura gerou indignação em Buenos Aires, onde o ex-ministro Jorge Taiana acusou Trump de extorsão e o slogan #PátriaOuColônia viralizou nas redes sociais. Especialistas classificam a ação como ingerência e resquício de um antigo colonialismo.
Além disso, Trump impôs sanções importantes à Rússia, atingindo as maiores petroleiras Rosneft e Lukoil, numa tentativa de estrangular os recursos da “máquina de guerra do Kremlin”. A medida seguiu ao cancelamento de uma cúpula com Vladimir Putin em Budapeste, encerrando o diálogo direto.
Em resposta, Moscou realizou exercícios de prontidão nuclear envolvendo mísseis balísticos lançados de terra, mar e ar. Além disso, bombardeios russos noturnos na Ucrânia mataram ao menos seis pessoas, inclusive crianças, e destruíram um jardim de infância em Kharkiv.
No Oriente Médio, o Knesset aprovou, por 25 a 24 votos, um projeto que impõe soberania israelense sobre a Cisjordânia, ato considerado uma anexação e condenado como violação do direito internacional. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se opôs, temendo impacto nas relações com os EUA, mas foi vencido por parlamentares do próprio partido Likud e pelo voto decisivo de Yuli Edelstein.
O voto ocorreu durante a visita do vice-presidente americano JD Vance, enviado para apoiar o frágil cessar-fogo na Faixa de Gaza. Paralelamente, o caso do adolescente palestino-americano Mohammed Ibrahim, preso há oito meses em Israel, reacendeu debates sobre direitos humanos, com 27 congressistas americanos pedindo sua libertação devido a preocupações com tortura e perda de peso.
O Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, determinou que Israel deve facilitar a entrega de ajuda humanitária em Gaza e na Cisjordânia, criticando o uso da fome como estratégia de guerra. O tribunal rejeitou acusações israelenses contra a Agência da ONU para Refugiados Palestinos e declarou o bloqueio de ajuda entre março e maio uma grave violação. Israel classificou a decisão como política.
Por fim, o projeto de reconstrução da ala leste da Casa Branca avança para substituir o espaço por um salão de festas de 8.360 metros quadrados, com custo estimado em US$ 300 milhões, financiado por grandes corporações com contratos federais. Especialistas consideram o projeto um dilema ético. Enquanto isso, o Louvre reabriu após o roubo das Joias da Coroa Francesa, avaliadas em ?88 milhões, mas reconheceu falhas graves de segurança, incluindo apenas uma câmera mal posicionada na área do furto. A diretora Laurence des Cars ofereceu renúncia, que foi recusada pelo governo francês.
Créditos: UOL