Internacional
15:06

Colômbia pede que EUA cessem ataques a embarcações no Pacífico e Caribe

A Colômbia solicitou aos Estados Unidos que interrompam os ataques contra embarcações no Oceano Pacífico e no Caribe, após os americanos afundarem uma embarcação ligada ao tráfico de drogas, situação que elevou a tensão entre os dois países.

Washington confirmou o afundamento de um barco supostamente ligado a cartéis de drogas, o segundo ocorrido em 48 horas, o que motivou a posição oficial da Colômbia pedindo o fim dessas ações. O presidente colombiano Gustavo Petro e o ex-presidente dos EUA Donald Trump têm trocado acusações relacionadas às operações militares americanas na região.

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia afirmou em nota que o governo pede aos EUA que respeitem o direito internacional e rejeita a destruição da embarcação no Pacífico. O secretário da Guerra dos EUA, Pete Hegseth, anunciou ataques contra duas embarcações associadas ao tráfico de drogas, ressaltando que as ações são baseadas em informações de inteligência.

Hegseth destacou que os alvos são organizações terroristas designadas e que os ataques continuarão para combater o narcoterrorismo que ameaça os Estados Unidos. Até o momento, as operações americanas no Pacífico e Caribe causaram a morte de 37 pessoas, principalmente no Mar do Caribe, onde os EUA realizaram a maior mobilização militar na América Latina desde os anos 1980.

Apesar das justificativas americanas, o uso da força militar tem gerado tensão entre os países da região. Além do conflito com a Colômbia, a Venezuela mantém alerta militar e o presidente Nicolás Maduro declarou possuir 5 mil mísseis antiaéreos portáteis para defesa, denunciando uma ameaça dos EUA.

O embate entre Trump e Petro intensificou-se com acusações mútuas, incluindo declarações de que o governo americano teria matado um pescador e violado a soberania colombiana. Trump acusou Petro de envolvimento com o tráfico e anunciou o fim da colaboração militar e antinarcóticos entre os países, enquanto Petro afirmou que irá se defender legalmente com auxílio de advogados americanos.

Bogotá reafirmou o pedido de diálogo diplomático para continuar a cooperação no combate às drogas na região, como vinha ocorrendo por décadas.

As ações militares dos EUA também têm repercussão em outros países, como em Trinidad e Tobago, onde o setor pesqueiro denunciou um ambiente hostil para pescadores devido às operações. No Equador, o sobrevivente de um dos ataques foi liberado das acusações após promotores considerarem que ele não cometeu crime no país.

Esses episódios demonstram a crescente complexidade e tensão provocadas pelas ações americanas no combate ao narcotráfico nas águas do Pacífico e do Caribe.

Créditos: O Globo

Modo Noturno