Brasil reforça parcerias com ASEAN durante cúpula na Malásia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na Malásia para participar da 47ª Cúpula da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), realizada de 26 a 28 de outubro de 2025 em Kuala Lumpur, com o objetivo de fortalecer relações econômicas e políticas com os países do Sudeste Asiático.
Segundo o embaixador Everton Lucero, diretor do departamento de Índia, Sul e Sudeste da Ásia do Ministério das Relações Exteriores, a ASEAN hoje é o quinto principal parceiro comercial do Brasil, o quarto destino das exportações brasileiras, e foi responsável por mais de 20% do superávit do comércio exterior brasileiro, com um saldo positivo de aproximadamente US$ 15,5 bilhões.
Em 2024, o bloco importou US$ 26,3 bilhões em bens brasileiros, com destaque para combustíveis minerais, rações e minérios. O Brasil, por sua vez, importou US$ 10,8 bilhões da ASEAN, configurando um superávit comercial para o país.
A ASEAN é composta por 10 nações do Sudeste Asiático, que juntas somam cerca de 692 milhões de habitantes, representando 8,6% da população mundial, e possuem um PIB nominal aproximado de US$ 4 trilhões, valor superior ao PIB brasileiro de US$ 2,13 trilhões.
Em 2018, as exportações brasileiras para a ASEAN representavam 4,5% do total exportado pelo Brasil, percentual que aumentou para 7,8% em 2024. Já as importações brasileiras provenientes da ASEAN oscilaram: de 4,3% em 2018, subiram para 4,8% em 2019, caíram a 3,7% em 2022, e voltaram a subir para 4,1% em 2024 após a posse de Lula.
Lula busca ampliar a presença brasileira na região e estreitar parcerias estratégicas, com foco em setores como energia, ciência, tecnologia e inovação. Ele visitou a sede da ASEAN em Jacarta antes da Malásia e aproveita sua estadia em Kuala Lumpur para participar da cúpula e do Fórum Bilateral Brasil-Malásia, que visa fortalecer a aproximação entre os setores privados dos dois países.
Durante a cúpula, Lula também mantém encontros bilaterais, incluindo reunião prevista com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A relação bilateral tem avançado após encontros em setembro na Assembleia Geral da ONU e conversas telefônicas em outubro, nas quais trataram do superávit comercial do Brasil com os EUA e a solicitação de retirada de sobretaxas e outras restrições.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, reuniu-se em Washington com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em outubro, e qualificou o encontro como “muito produtivo”. Trump manifestou, a bordo do Air Force One, expectativa de se reunir com Lula na Malásia e sinalizou abertura para reduzir tarifas sobre produtos brasileiros, condicionada a “circunstâncias certas”.
Essa aproximação representa uma mudança na postura de Trump, que em julho impôs tarifas adicionais e vinculou a normalização das relações à suspensão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, julgamento que não foi suspenso e resultou em condenação do ex-presidente.
Créditos: Poder360