Internacional
12:06

Lula pediu a Trump suspensão de tarifas e sanções da Lei Magnitsky

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que suspenda as tarifas extras de 50% aplicadas a produtos importados do Brasil e revogue as sanções da Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes.

O encontro entre os dois líderes ocorreu em Kuala Lumpur, na Malásia, e durou 45 minutos. Segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, Lula pediu a retomada imediata das negociações. Trump orientou sua equipe a se reunir com os brasileiros ainda nesta noite para avançar no diálogo.

Antes da reunião, ambos responderam a perguntas da imprensa. Quando questionado sobre a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro na pauta, Trump respondeu de forma ríspida que não era assunto da jornalista.

Após o encontro, a delegação brasileira informou que Lula mencionou Bolsonaro ao tratar das sanções impostas ao Brasil, afirmando que o julgamento do ex-presidente pelo STF foi correto e com pleno direito de defesa. Trump apenas ouviu, sem comentar o ponto.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que Lula ressaltou que o processo no Brasil foi conduzido por um poder independente com amplo direito de defesa para todos os condenados, destacando evidências de tentativa de golpe de Estado. Trump, segundo o chanceler, apenas recebeu a informação sem objeções.

A reunião foi avaliada pela comitiva brasileira como positiva, apesar de Trump não ter revogado as tarifas imediatamente. O presidente americano concordou em negociar as taxas, com as negociações a começarem ainda no domingo. Vieira acredita que decisões concretas devem ocorrer nas próximas semanas.

Lula também argumentou que os motivos para a elevação das tarifas globais não se aplicam ao Brasil, pois os EUA têm superávit no comércio bilateral, segundo informou Elias Rosa.

Em 30 de julho, o governo Trump incluiu Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky, que permite sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos, por supressão de liberdade de expressão e detenções arbitrárias. Em 22 de setembro, a esposa do ministro também foi incluída na lista.

A Lei Magnitsky, criada em 2012, permite aos EUA sancionar pessoas por corrupção ou violações de direitos humanos, aplicando bloqueio de ativos, proibição de entrada no país e restrições comerciais. As sanções são baseadas em listas mantidas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, impactando transações financeiras sob jurisdição americana e sendo usadas globalmente para due diligence.

Créditos: Poder360

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