Internacional
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Navio de guerra dos EUA chega a Trinidad e Tobago próximo à Venezuela

Um navio de guerra dos Estados Unidos, equipado com lançadores de mísseis, chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, um arquipélago pequeno localizado em frente à Venezuela. Essa ação ocorre em meio ao aumento da pressão do presidente norte-americano Donald Trump sobre Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.

A chegada do destróier USS Gravely foi anunciada na última quinta-feira (23) pelo governo de Trinidad e Tobago, país de 1,4 milhão de habitantes cuja ponta ocidental está a cerca de dez quilômetros da Venezuela.

O navio ficará atracado no porto de Port of Spain, capital do país caribenho, até quinta-feira, 30 de outubro. Durante esse período, está prevista a realização de um treinamento conjunto entre uma unidade de fuzileiros navais dos EUA e as forças de defesa de Trinidad e Tobago.

A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, apoia firmemente Trump e desde que assumiu o cargo, em maio de 2025, adotou um discurso rigoroso contra a imigração e a criminalidade venezuelanas em seu país.

Por sua vez, Caracas acusa o governo trinitário de agir conforme os interesses dos Estados Unidos.

No sábado anterior à chegada do navio, a Venezuela conduziu exercícios militares voltados à proteção de seu litoral contra possíveis “operações encobertas” autorizadas pelos EUA, conforme informou o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino.

Militares venezuelanos realizaram treinamentos no litoral em uma ação ordenada por Maduro, que declarou que os EUA “estão inventando uma guerra” contra a Venezuela.

As tensões entre os dois países aumentaram desde agosto, quando Washington anunciou o envio de navios e aeronaves militares ao sul do Caribe.

Desde então, os EUA vêm mobilizando uma força composta por navios de guerra, caças, bombardeiros, fuzileiros navais, drones e aviões espiões na região do Mar do Caribe. Trump chegou a admitir que autorizou operações secretas da CIA no país de Maduro.

Especialistas consultados pelo g1 indicam que o conflito tem como causa o interesse dos EUA em derrubar Maduro e acessar as reservas de petróleo e riquezas minerais da Venezuela.

Por outro lado, o governo americano sustenta que tais movimentações têm como objetivo o combate ao narcotráfico.

No domingo (26), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva colocou-se à disposição para atuar como interlocutor no diálogo entre os EUA e a Venezuela. A proposta ocorreu durante encontro entre Lula e Trump na Cúpula da Associação dos Países do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, Lula afirmou que a América do Sul e a América Latina são regiões de paz e que sua interlocução visa buscar soluções mutuamente aceitáveis entre os dois países.

Lula ressaltou que o Brasil sempre atuará como elemento de paz e entendimento, afirmando que essa postura é uma tradição do país.

Na sexta-feira (24), dois dias antes da reunião com Trump, Lula declarou não concordar com ataques e invasões a outros países sob a justificativa de combate ao narcotráfico.

O presidente brasileiro sugeriu que os EUA dialoguem com as polícias e Ministérios da Justiça dos países envolvidos, ressaltando que há uma falta de compreensão sobre política internacional nas declarações de Trump, que disse que “vai apenas matar as pessoas que estão levando drogas para seu país.”

Lula argumentou também que o combate às drogas poderia focar nos usuários internos, que incentivariam os traficantes, e criticou a postura dos EUA de invadir outras nações sem considerar suas Constituições.

Créditos: g1

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