Lula e Trump se reúnem na Malásia para negociar tarifas e ampliar diálogo
Neste domingo (26), durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) na Malásia, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se encontraram oficialmente pela primeira vez para discutir as tarifas americanas sobre exportações brasileiras.
A Casa Branca divulgou uma foto do momento em que os dois líderes se cumprimentaram. Antes desse encontro, eles tinham conversado por telefone e se visto brevemente na Assembleia Geral da ONU em setembro.
Após a reunião, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, classificou o encontro como positivo. Lula reiterou seu pedido para a suspensão temporária das tarifas enquanto ocorrem as negociações.
Trump afirmou que orientará sua equipe a iniciar um processo de negociação bilateral com o Brasil. O governo brasileiro esperava que as equipes se reunissem ainda na noite do domingo no horário local da Malásia, mas o encontro foi adiado para a manhã da segunda-feira (27) após uma conversa telefônica entre o chanceler Mauro Vieira e Jamieson Greer.
Os líderes também concordaram na importância de uma visita recíproca: Trump manifestou interesse em visitar o Brasil, e Lula aceitou ir aos Estados Unidos futuramente.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, esclareceu que a reunião não abordou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula usou como exemplo a alegada injustiça da aplicação da Lei Magnitsky contra alguns ministros do STF, destacando que houve respeito ao devido processo legal.
Antes do encontro, Trump comentou sobre Bolsonaro, expressando simpatia: “Eu sempre gostei dele. Me sinto mal pelo que ele passou. Sempre achei que ele era um cara honesto, mas enfrentou muitas dificuldades.”
Além das tarifas, Lula mencionou a situação entre os EUA e a Venezuela, oferecendo-se para atuar como intermediário, com o objetivo de buscar soluções mutuamente aceitáveis, enfatizando o papel do Brasil como promotor da paz e do entendimento na América do Sul.
A reunião entre os dois presidentes durou cerca de 45 minutos, culminando no acordo de iniciar negociações imediatas sobre as tarifas e sanções impostas pelos EUA a autoridades brasileiras.
Créditos: g1