EUA enviam ao Caribe grupo com o USS Gerald Ford, maior porta-aviões do mundo
O governo dos Estados Unidos, sob administração Trump, enviou na sexta-feira (24) ao mar do Caribe o USS Gerald Ford, o maior e mais avançado porta-aviões da Marinha americana, como medida para intensificar a pressão contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
O grupo de ataque do USS Gerald Ford inclui três destróieres — USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill — além de esquadrões de caças F-18 e helicópteros de ataque. O porta-aviões tem capacidade para até 90 aeronaves e uma pista de pouso e decolagem com área três vezes maior que o gramado do Maracanã.
O Pentágono informou que a missão do grupo no Caribe é “ampliar e fortalecer as capacidades existentes para interromper o tráfico de drogas e degradar e desmantelar” cartéis latino-americanos, que o governo Trump considera inimigos.
Batizado em homenagem ao ex-presidente Gerald Ford, entre 1974 e 1977, o USS Gerald Ford é o porta-aviões mais moderno e letal da Marinha dos EUA, além de inaugurar uma nova classe de navios militares no país.
Essa movimentação militar se soma à presença já expressiva de navios de guerra, aviões e helicópteros dos Estados Unidos na região, intensificando a campanha americana contra o regime venezuelano, vista pela imprensa dos EUA como uma escalada significativa.
O USS Gerald Ford foi visto na costa da Croácia no dia 21 e já passou pelo Estreito de Gibraltar no início do mês, indicando que sua chegada ao Caribe poderá levar alguns dias.
As tensões entre EUA e Venezuela aumentaram recentemente, com bombardeios a barcos venezuelanos no Caribe e no Pacífico e crescentes especulações sobre possíveis operações americanas no território venezuelano.
Desde agosto, Trump designou cartéis de drogas do continente como organizações terroristas e autorizou operações militares contra eles, citando a necessidade de barrar o fluxo de entorpecentes rumo aos Estados Unidos. Os EUA também acusam Nicolás Maduro de liderar o Cartel de Los Soles, dobrando a recompensa pela sua captura para US$ 50 milhões.
Maduro tem negado as acusações e afirma que os reais objetivos dos EUA são removê-lo do poder, pedindo em inglês para evitar uma guerra. Trump declarou planos para ações terrestres contra cartéis, sem mencionar diretamente a Venezuela.
Dados da ONU indicam que o fentanil, droga que mais causa overdoses nos EUA, vem do México, que está próximo à costa oeste americana, enquanto a frota foi enviada para o Caribe, perto da Venezuela.
Na quinta-feira (23), o ministro da Defesa venezuelano afirmou que agentes da CIA já estariam no país, após Trump autorizar operações de inteligência contra alvos ligados ao chavismo.
O presidente Maduro solicitou publicamente a Trump para evitar um conflito, enquanto o governo americano avalia operações militares que podem incluir ataques a estruturas relacionadas a cartéis e possivelmente ter como objetivo final derrubar Maduro.
Em declarações recentes, Trump afirmou que as ações militares terrestres contra cartéis serão realizadas em breve e que não precisará de autorização do Congresso para isso. Seu secretário de Guerra, Pete Hegseth, destacou que os Estados Unidos irão perseguir e eliminar os terroristas relacionados ao tráfico de drogas, equiparando essas organizações a grupos como Estado Islâmico e Al-Qaeda.
A escalada ocorre após ataques a barcos venezuelanos e reforça a grave crise de segurança e política na região, aumentando a incerteza sobre desdobramentos futuros entre EUA e Venezuela.
Créditos: g1