Lula esperava presente no aniversário, mas reunião com Trump traz frustração
O encontro entre Lula e Trump teve um clima de encanto pessoal, porém não atendeu às expectativas de avanços concretos, conforme analisou Nelson de Sá, colunista do UOL, no programa UOL News. Segundo ele, o presidente brasileiro aguardava um presente para comemorar seus 80 anos, que acabou não acontecendo.
A comitiva brasileira nutria grande esperança de que a reunião resultasse na suspensão das tarifas, que seria o primeiro passo para negociações futuras. Contudo, isso não ocorreu. Lula demonstrou frustração ao cobrar dos negociadores resultados efetivos, deixando o encontro sem acordos concretos.
Em entrevista, Nelson de Sá destacou que a coletiva de Lula demorou uma hora para começar e o presidente estava visivelmente preocupado. A cobrança pública ao ministro Mauro Vieira refletiu a pressão por resultados, ainda que a responsabilidade recaia também sobre o outro lado da negociação. A expectativa de uma suspensão das tarifas não foi atendida, o que causou desapontamento.
Ainda segundo o colunista, não houve acordo imediato sobre tarifas, e o governo brasileiro esperava um gesto simbólico que não se concretizou, mostrando que as negociações ainda avançam sem definições práticas.
Lula, questionado sobre o que Trump disse, relatou que a resposta foi um banho de água fria para sua empolgação, mas esperada, já que ninguém contava com um acordo imediato na primeira reunião. Ele entende que é necessário tempo e afirmou que continuará pressionando para que os acordos sejam alcançados, demonstrando aceitação da situação atual.
Nelson de Sá também comentou que existe um momento de encantamento entre os líderes, embora ainda seja incerto se terá resultados efetivos. Um ponto importante mencionado foi a conversa sobre a prisão de Lula, na qual Trump se identificou com o brasileiro por questões relacionadas a situações jurídicas próprias. Trump, que enfrenta possibilidade de prisão após sua presidência, mostrou distância de Bolsonaro e buscou aproximação com Lula, que hoje detém a legitimidade no Brasil.
Essa percepção do colunista reforça o cenário de relações políticas que podem se redesenhar a partir do encontro, embora os frutos práticos ainda sejam incertos.
Créditos: UOL