Política
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Aloysio Nunes destaca frieza de Lula em negociação com Trump na Malásia

O presidente Lula mostrou cautela e preparo estratégico durante a reunião com Donald Trump na Malásia, segundo afirmou Aloysio Nunes, ex-ministro das Relações Exteriores, em entrevista ao UOL News – 2ª edição, do Canal UOL.

O ex-ministro ressaltou que o encontro, realizado após semanas de negociações motivadas pela imposição de tarifas dos EUA contra produtos brasileiros, foi um momento importante para o respeito diplomático e a defesa dos interesses do Brasil.

“Foi um grande dia para o Brasil e para o presidente Lula. Esse encontro foi fruto de uma preparação cuidadosa, que levou semanas desde a adoção do tarifaço até a reunião entre os dois presidentes. Não foi uma reunião improvisada, assim como não foi improvisado o encontro deles na Assembleia Geral da ONU”, explicou Aloysio Nunes.

Ele comparou a postura do presidente Lula à de um jogador de pôquer do Mississippi, agindo com equilíbrio e sem se deixar levar pelas pressões, tanto internas, de seu próprio grupo que esperava respostas rápidas e duras como a aplicação da legislação de reciprocidade, quanto externas, de setores da direita.

“Lula agiu com muito equilíbrio e frieza, como aquele jogador de pôquer do Mississippi. Ele não se deixou impressionar nem pelos impulsos de seu campo, nem pelas demandas da direita”, afirmou o ex-chanceler.

Aloysio Nunes também destacou que Lula recebeu um tratamento especial de Trump, o que evidencia o peso da diplomacia brasileira no episódio. Segundo ele, nenhum outro chefe de Estado foi tratado com a mesma consideração, nem mesmo Ursula von der Leyen, presidente do Conselho da Europa, que foi convidada para o clube de golfe do presidente americano.

“O presidente foi para lá tranquilo e foi tratado por Trump com respeito e consideração nunca vistos antes”, declarou.

Por fim, o ex-ministro ressaltou que o processo de negociação entre Brasil e Estados Unidos será prolongado e abrange mais do que as tarifas, envolvendo múltiplos interesses bilaterais.

“Esse é um processo que não irá se resolver da noite para o dia, mas avançará rapidamente, como disseram Trump, Mauro Vieira e Lula. Ainda haverá idas e vindas porque a pauta é extensa e vai além das tarifas, incluindo outros interesses mútuos”, concluiu Aloysio Nunes.

Créditos: UOL

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