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12:06

Megaoperação no Alemão e Penha mira líderes do Comando Vermelho e deixa 20 mortos

Uma grande operação policial no Rio de Janeiro, focada nos complexos do Alemão e da Penha, que são alvos do Comando Vermelho, resultou em 20 mortos, entre eles dois policiais civis, e 56 prisões. A ação visava capturar líderes da facção que utilizaram drones para lançar granadas contra as forças de segurança. Esses locais concentram cerca de 112,7 mil moradores e são estratégicos para o tráfico e a disputa territorial.

A operação policial concentrada nesses dois principais QGs do Comando Vermelho tem como objetivo prender membros da facção, incluindo 30 oriundos de outros estados, supostamente escondidos nestes conjuntos de favelas. As regiões do Alemão e da Penha somam 26 comunidades onde as principais lideranças do CV, que atuam fora dos presídios, coordenam decisões sobre conflitos territoriais e a organização criminosa dentro e fora do estado. Em resposta, houve intenso confronto armado, e criminosos chegaram a usar drones para lançar explosivos contra as forças policiais.

Embora ambos os complexos desempenhem papéis semelhantes na estrutura do crime organizado, a polícia indica que possuem características distintas: o Alemão detém maior poder financeiro, enquanto a Penha seria o centro das decisões estratégicas. Segundo denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRj), a Penha serve como base principal do Comando Vermelho para sua expansão territorial rumo à Zona Sudoeste, especialmente na região de Jacarepaguá.

Na Penha, o principal líder é Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, natural da Paraíba e segundo na hierarquia da facção, logo abaixo de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, preso há mais de 30 anos. Moradores relataram celebrações com queima de fogos, possivelmente associadas a eventos do tráfico no local. Há 26 mandados de prisão em aberto contra Doca no Conselho Nacional de Justiça.

Também na Penha atuam subgrupos do Comando Vermelho, como a Equipe Sombra, focada em disputas territoriais na Zona Oeste, e a Equipe do Ódio, formada por adolescentes envolvidos em roubos de veículos e confrontos com traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP).

No Alemão, um dos nomes de destaque é Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, há muito tempo foragido. Quando as forças policiais ocuparam os complexos em 2010, sua prisão já tinha sido decretada, mas ele fugiu antes da operação, possivelmente por esgoto.

Durante a operação, traficantes demonstraram poderio bélico incomum ao empregar drones para lançar granadas contra as forças da Polícia Civil e Militar, o que sinaliza uma escalada da ofensiva armada do crime organizado. Os drones são usados tanto para ataques como para reconhecimento de territórios, facilitando a reação das quadrilhas.

A operação deixou um cenário de barricadas em chamas que formaram colunas de fumaça visíveis a quilômetros. Dois policiais civis foram mortos e pelo menos oito agentes ficaram feridos. De acordo com a Polícia Civil, 18 suspeitos foram mortos, incluindo dois oriundos da Bahia. Quatro moradores também foram atingidos.

O objetivo principal é cumprir 51 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho identificados como parte do projeto de expansão da facção, incluindo 30 detidos em outros estados. Até o meio da manhã, 56 pessoas foram presas e 31 fuzis apreendidos. A ação mobilizou cerca de 2,5 mil policiais e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).

A megainiciativa visa enfraquecer o Comando Vermelho e combater seu avanço nas regiões, bloqueando suas bases estratégicas e sua influência nos complexos do Alemão e da Penha.

Créditos: O Globo

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