Operação no Rio resulta em 60 mortes e 81 prisões contra o Comando Vermelho
Uma intensa operação das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha deixou pelo menos 60 mortos e 81 presos nesta terça-feira (28/10).
Entre os mortos, há quatro policiais, conforme divulgado pela Polícia Civil. Registraram-se também policiais e moradores feridos por disparos.
Cerca de 2,5 mil agentes participaram da ação com o objetivo de cumprir cem mandados de prisão em uma área total de 9 milhões de metros quadrados.
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), classificou a ação como “a maior operação das forças de segurança do Rio de Janeiro”. Ela integra a Operação Contenção, que visa impedir a expansão do Comando Vermelho e é uma iniciativa permanente do governo estadual.
“A operação começou com o cumprimento de mandados judiciais, apoiada por uma investigação que durou mais de um ano e planejamento de mais de 60 dias”, declarou o governador durante entrevista coletiva.
Ele caracterizou a ação como um enfrentamento do Estado a narcoterroristas.
Entre os presos estão líderes do Comando Vermelho envolvidos no tráfico de drogas na região, incluindo um indivíduo conhecido como Belão, cuja prisão foi anunciada por Castro.
Durante a operação, 31 fuzis foram apreendidos, além de uma grande quantidade de drogas.
Os confrontos ocorreram principalmente em áreas de mata, e criminosos tentaram bloquear vias importantes como a Avenida Brasil.
Todos os batalhões do Rio estão em alerta para possíveis represálias.
Na manhã da operação, houve ataques com drones que lançaram bombas contra policiais. Criminosos também foram vistos fugindo em fila indiana da Vila Cruzeiro.
Em resposta à ação policial, barricadas feitas com veículos queimados foram montadas em diversos pontos da cidade.
Devido a esses bloqueios, o Centro de Operações e Resiliência do Rio elevou o nível operacional da cidade para estágio 2, em uma escala de 5.
A Polícia Militar colocou todo seu efetivo nas ruas, suspendendo atividades administrativas.
Castro destacou que o emprego de tecnologia, estratégia e inteligência foi crucial para o avanço da operação, mas lamentou a falta de apoio do governo federal.
“Nossas polícias estão sozinhas… infelizmente, não contamos com blindados nem agentes federais de segurança ou defesa. O Rio está completamente sozinho.”
A BBC News Brasil buscou posicionamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que ainda não se manifestou.
Créditos: BBC News Brasil