Relatório aponta violações e abusos em megaoperação nos Complexos do Alemão e Penha
Um relatório da Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Rio de Janeiro documenta graves violações de direitos durante operações policiais nos Complexos do Alemão e Penha.
A Ouvidoria, que atua como canal de comunicação entre as comunidades afetadas, a Defensoria Pública e o Ministério Público, foi acionada antes da operação pelos moradores após rumores e avisos escolares para que crianças não fossem às aulas no dia da ação.
Segundo relatos coletados pela ouvidora-geral Fabiana da Silva e sua equipe, houve buscas em residências sem mandados legais, restrições a moradores para se deslocarem ao trabalho, e casos de pessoas passando mal que tiveram o socorro negado pelas forças policiais.
O documento aponta que uma mulher grávida foi agredida por questionar a exigência de entregar seu celular sem que houvesse mandado judicial. A resposta de um policial teria sido autoritária e agressiva.
Moradores do Alemão descreveram tiros disparados em áreas exclusivamente residenciais, inclusive disparos vindos de helicópteros, além do incêndio de casas para forçar a saída de suspeitos.
Ainda são relatadas agressões a pessoas dentro de casa, uma senhora que sofreu um infarto e inicialmente não recebeu atendimento médico por parte dos policiais, tendo o socorro sido feito apenas depois da intervenção da Defensoria.
No complexo da Penha, os relatos indicam o uso de bombas, granadas e drones lançou explosivos em residências.
As oitivas realizadas pela Ouvidoria serão enviadas ao Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, e registros audiovisuais coletados serão encaminhados ao Ministério Público do Rio de Janeiro para as providências cabíveis.
Créditos: CNN Brasil