Planalto descarta uso da GLO no Rio após operação policial desastrosa
O Palácio do Planalto descartou, por enquanto, a utilização da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro depois de uma operação policial contra o Comando Vermelho que resultou em 64 mortes. O governo Lula defende a integração entre polícias, Exército e Ministério da Justiça, com ênfase na troca de informações de inteligência.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não planeja enviar as Forças Armadas ao Rio e busca manter uma aproximação com o governador Claudio Castro para evitar tensões políticas. Uma reunião foi marcada no Palácio do Planalto para discutir a crise de segurança, com participação do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e ministros responsáveis pela Casa Civil, Relações Institucionais, Ministério da Justiça e Polícia Federal.
Auxiliares presidenciais classificaram como “desastrosa” a operação policial comandada por Claudio Castro, que contou também com apoio do Ministério Público. O governo federal entende que o uso da GLO não é adequado para esta situação e que Lula não autorizará a ação das Forças Armadas para resolver a violência urbana no Rio.
Ministros do Planalto defendem que o governo federal participe desde o planejamento até a execução das ações policiais, não se limitando ao empréstimo de equipamentos. Segundo interlocutores próximos ao presidente, foi um erro o governador tentar enfrentar o Comando Vermelho apenas com a polícia do estado.
Castro chegou a criticar o governo federal publicamente, afirmando que o estado estava “sozinho” e que solicitou apoio logístico com blindados em três ocasiões, pedidos que foram negados. Em nota, o Ministério da Defesa esclareceu que o fornecimento desses blindados depende da decretação da GLO pelo presidente da República.
A reunião convocada no Palácio do Planalto terá como objetivo buscar soluções integradas para a segurança do Rio de Janeiro, reunindo autoridades dos setores responsáveis por essa área.
Créditos: O Globo