Furacão Melissa atinge Cuba após devastar Jamaica com ventos de 195 km/h
O furacão Melissa chegou ao leste de Cuba na quarta-feira com ventos sustentados de até 195 km/h, após enfraquecer para categoria 3, depois de causar grandes danos na Jamaica como um furacão categoria 5.
De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (CNH), o ciclone é considerado “extremamente perigoso” ao atingir Cuba, que declarou estado de alerta em seis províncias. Mais de 700 mil pessoas foram evacuadas, especialmente nas regiões de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo.
Melissa tocou o solo cubano na província de Santiago de Cuba, perto da localidade de Chivirico, às 7h10 GMT, segundo o CNH. Antes de perder força, o furacão chegou a categoria 4 e provocou dez mortes na região: três na Jamaica, três no Haiti, três no Panamá e uma na República Dominicana.
Em Cuba, equipes de proteção civil tentaram resgatar 17 pessoas isoladas por uma cheia e um deslizamento de terra em El Cobre, município de Santiago de Cuba. A população local preparava-se desde segunda-feira, estocando mantimentos e reforçando casas, enquanto escolas e atividades não essenciais foram suspensas.
O furacão atingiu a Jamaica ao meio-dia de terça-feira como um furacão categoria 5, com ventos de até 295 km/h – o mais intenso registrado na ilha. Após atravessar o território jamaicano lentamente, Melissa diminuiu para categoria 3, mas voltou a se fortalecer próximo a Cuba.
O primeiro-ministro jamaicano Andrew Holness declarou o país uma “zona de desastre” e alertou para o perigo de inundações e deslizamentos. Relatos na Jamaica indicaram destruição de telhados, casas inundadas e danos a construções externas. Em Kingston, a capital, os impactos foram menores.
Autoridades também avisaram sobre possível ameaça de crocodilos devido a inundações que podem levá-los a áreas habitadas. O furacão Melissa ultrapassou a intensidade de tempestades históricas, como o furacão Katrina de 2005.
A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou o envio de cerca de 2.000 kits de emergência para a Jamaica, a partir de Barbados. A Organização Meteorológica Mundial descreveu Melissa como a tempestade mais forte até agora nesta região.
Além de Cuba e Jamaica, o furacão provocou alertas em países vizinhos como Haiti e República Dominicana, onde fecharam-se escolas e comércios. Prevê-se que Melissa traga até um metro de chuva, com riscos significativos de inundações rápidas e deslizamentos de terra.
Especialistas afirmam que as mudanças climáticas têm intensificado e aumentado a frequência de grandes tempestades. O meteorologista Kerry Emanuel explicou que o aquecimento global contribui para a rápida intensificação das tempestades, elevando o risco de chuvas extremas, que costumam causar mais mortes que o vento.
O furacão Melissa é considerado a tempestade mais forte a atingir a Jamaica desde o furacão Beryl, em julho de 2024, que já foi incomum para aquela época do ano.
Créditos: O Globo