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09:07

Moradores levam 55 corpos para praça após megaoperação no Complexo da Penha

Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, transportaram pelo menos 55 corpos para a Praça São Lucas, localizada na Estrada José Rucas, uma das principais vias da região, durante a madrugada de quarta-feira (29).

Na terça-feira (28), o governo do Rio de Janeiro informou que 60 homens foram mortos na megaoperação que ocorreu na Penha e no Complexo do Alemão. Além disso, quatro policiais também perderam a vida.

Até o momento desta publicação, não se sabia se os corpos levados para a praça estavam incluídos nessa contagem oficial ou se correspondem a outras vítimas, o que poderia aumentar o número total de mortos.

O g1 apurou que os corpos foram encontrados na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos entre forças de segurança e traficantes. Moradores relataram que ainda há muitos corpos no alto do morro.

Esse traslado dos corpos teve como objetivo facilitar o reconhecimento por parte dos parentes. Posteriormente, a Polícia Civil comunicou que o atendimento para reconhecimento oficial acontecerá no prédio do Detran vizinho ao Instituto Médico-Legal (IML) a partir das 8h. Durante esse período, o acesso ao IML será restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público, que realizam os exames necessários. Necropsias não relacionadas à operação serão feitas no IML de Niterói.

Além disso, alguns moradores transportaram seis corpos em uma Kombi para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, com o veículo chegando e saindo rapidamente do local.

O ativista Raull Santiago, que auxiliou no resgate dos corpos, comentou: “Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. É algo novo. Brutal e violento num nível desconhecido”.

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou que os corpos levados à praça inicialmente não foram computados no balanço oficial das mortes e que será realizada perícia para confirmar se as mortes estão relacionadas à operação.

Créditos: g1 Rio

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