Governo Lula rejeitou empréstimo de blindados ao RJ por medo de facções
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou o empréstimo de veículos blindados militares ao Rio de Janeiro devido ao receio de que esses equipamentos pudessem ser capturados por facções criminosas.
Em janeiro, o governador Cláudio Castro (PL) solicitou o empréstimo de veículos blindados usados pela Marinha para patrulhar a região do Hospital Naval Marcílio Dias, na Zona Norte do Rio, onde uma médica capitã de Mar e Guerra foi atingida por uma bala perdida em dezembro.
O Ministério da Defesa informou em 28 de outubro de 2025 que, naquele momento, a Marinha posicionou veículos blindados no perímetro do hospital, respeitando o limite legal de 1.400 metros em torno de instalações militares, visando a segurança da área e dos militares.
O pedido foi submetido à análise da Advocacia-Geral da União (AGU), que negou o empréstimo por entender que isso só poderia ocorrer mediante uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), autorizada por decreto presidencial.
O parecer da AGU, elaborado em fevereiro, ressaltou que a atuação das Forças Armadas em segurança pública é restrita a perímetros específicos, como faixas de fronteira, mar e águas interiores, contra crimes transfronteiriços ou ambientais, o que não se aplica ao caso.
Internamente, houve discussões sobre o tema, considerando que uma GLO implicaria custos elevados e ajustes orçamentários. Além disso, avaliou-se que o Rio de Janeiro não teria estrutura para garantir a segurança dos veículos, aumentando o risco de roubo por facções, que poderiam usar os blindados dentro das favelas.
O presidente Lula é contrário à decretação de GLO, que permite a atuação das Forças Armadas em segurança pública, embora já tenha autorizado esse tipo de operação duas vezes: nos portos do Rio e em Itaguaí, e durante a Cúpula do G20 em novembro de 2024.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a implementação de uma GLO exige várias condições rigorosas, entre elas o reconhecimento dos governadores sobre a falência das forças de segurança estaduais e a transferência das operações para o governo federal, especialmente as Forças Armadas.
Créditos: Poder360