Política
15:12

Lula critica operação no RJ com 121 mortes: ‘não tinha ordem de matança’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) qualificou como “matança” a operação policial realizada no Rio de Janeiro na semana passada, na qual 121 pessoas morreram, incluindo quatro policiais em serviço. Em entrevista à Associated Press e à Reuters em Belém, no Pará, Lula afirmou: “Vamos ver se a gente consegue fazer essa investigação. Porque a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança, e houve matança”.

Na terça-feira, 28, a operação visou a facção criminosa Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha. Foi a ação mais letal da história e foi considerada um “sucesso” pelo governador Cláudio Castro (PL), que declarou que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos nos confrontos.

Lula informou que o governo avalia a possível participação de legistas da Polícia Federal na investigação das mortes. O Supremo Tribunal Federal (STF) realizará uma audiência sobre o caso na quarta-feira, 5.

Na semana anterior, os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) visitaram o Rio de Janeiro para reunião com Castro. Nesta terça-feira, o governador cumpre agenda em Brasília tratando de medidas sobre o ocorrido.

“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, disse Lula durante a entrevista.

Esta foi a primeira declaração pública do presidente sobre o episódio. Após a operação, ele havia publicado nas redes sociais uma mensagem ressaltando a importância do combate ao crime organizado, sem criticar diretamente o governo fluminense ou as forças estaduais de segurança.

“Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”, declarou.

Créditos: Terra

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