Internacional
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Shutdown recorde nos EUA afeta tráfego aéreo em 40 aeroportos

Nos Estados Unidos, o shutdown do governo federal atingiu sua maior duração na história do país, completando 38 dias nesta sexta-feira (7). Uma das consequências dessa paralisação é o impacto no tráfego aéreo em 40 aeroportos, com cancelamentos e alterações em centenas de voos.

Em Washington, as negociações entre republicanos e democratas para votar o orçamento e retomar os serviços federais permanecem travadas, sem previsão de solução. A falta de recursos afeta diversas agências públicas.

A FAA, agência equivalente à Anac no Brasil responsável pelo controle aéreo, determinou redução de tráfego nos principais aeroportos americanos. As companhias aéreas tiveram que cancelar voos e modificar horários, atendendo à orientação da FAA para reduzir em 10% o número de pousos e decolagens em locais como Nova York, Los Angeles, Chicago e Atlanta – o aeroporto mais movimentado do mundo. Essa medida é motivada por questões de segurança, já que controladores de voo enfrentam sobrecarga de trabalho e afastamentos devido à ausência de pagamento.

Além dos voos domésticos, a redução deve afetar atrasos e remarcações em voos internacionais.

No âmbito judicial, um juiz federal de Rhode Island exigiu que o governo Trump encontre recursos para pagar integralmente o benefício do SNAP, principal programa de assistência alimentar dos EUA. A decisão veio após ações de prefeituras e organizações que argumentaram que o pagamento de apenas 65% do valor prejudicaria milhões de famílias. O governo alegou impossibilidade financeira devido ao shutdown e havia anunciado a suspensão dos pagamentos em novembro.

O tribunal determinou que o Executivo use cerca de US$ 4,6 bilhões em fundos emergenciais para o pagamento. Mesmo assim, a Casa Branca recorreu para tentar reverter a decisão.

O presidente Donald Trump classificou a determinação como “absurda” e declarou que um juiz federal não pode ordenar as ações do governo durante a paralisação, provocada pelos democratas. Trump afirmou que os republicanos buscam reabrir o governo, mas que agirá conforme julgar necessário para manter a administração dentro da lei.

Esta paralisação difere das anteriores porque o impasse ultrapassa a disputa orçamentária, configurando uma disputa política entre o Congresso e Trump.

Os democratas, pressionados por sua base, adotaram postura mais firme após críticas por concessões anteriores. Chuck Schumer, líder no Senado, que antes apoiou um acordo republicano para evitar uma paralisação, agora endurece o discurso.

Entre as demandas democratas está a renovação dos subsídios para planos de saúde, que expirariam em breve. Os republicanos afirmam que esse tema só será discutido após a reabertura do governo.

Além disso, os democratas buscam limitar o uso de ordens executivas por Trump para corte de verbas em áreas como ajuda internacional e programas sociais.

Sem um acordo, o impasse envolve a disputa pelo controle político em Washington.

Apesar de sinais de avanço, as negociações travaram no Senado. Os democratas bloquearam a votação que os republicanos pretendiam realizar, exigindo garantias concretas para tratar os subsídios de saúde, condição para apoiar a proposta.

Líderes republicanos afirmaram ter contemplado parcialmente as demandas, mas sem resolver de imediato o tema do seguro saúde.

Créditos: Terra

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