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Governo Trump alerta sobre impacto da paralisação em viagens e PIB

Autoridades do governo de Donald Trump alertaram no domingo (9) que as viagens aéreas nos EUA podem despencar e a economia se retrair caso a paralisação do governo federal persista por mais tempo.

A paralisação, que se tornou a mais longa da história dos Estados Unidos, seguiu durante o fim de semana sem progresso nas negociações entre republicanos e democratas no Congresso.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o impacto econômico vai “piorar cada vez mais” conforme o fechamento afeta o transporte aéreo e interrompe a distribuição de cupons de alimentação para famílias de baixa renda.

Bessent destacou que a paralisação pode causar escassez de produtos e travar cadeias de suprimentos, já que companhias aéreas cancelam voos pela falta de controladores de tráfego.

O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que o crescimento econômico pode ficar negativo no quarto trimestre se o governo não reabrir.

“O período de Ação de Graças é um dos mais fortes do ano para a economia – com a Black Friday e tudo isso”, afirmou Hassett. “Se as pessoas não estiverem viajando nesse momento, podemos ver um trimestre negativo.”

A paralisação, que já dura 40 dias, deixou centenas de milhares de servidores federais sem pagamento, fechou serviços públicos e interrompeu o acesso a cupons de alimentação para 40 milhões de americanos. Milhares de voos foram cancelados.

Conforme a imprensa americana, o governo ordenou que os estados suspendam a distribuição integral do auxílio alimentar do mês, após a Suprema Corte suspender temporariamente uma decisão judicial que obrigava o pagamento total.

O secretário de Transportes, Sean Duffy, reforçou que o tráfego aéreo será reduzido ao mínimo durante o feriado de Ação de Graças, em 27 de novembro, quando milhões costumam viajar no país para visitar familiares.

“Vai haver uma enorme desorganização”, disse Duffy em entrevista à Fox News.

A Administração Federal de Aviação (FAA) ordenou que as companhias aéreas reduzam o número de voos a partir desta sexta-feira, com cortes chegando a 10% até 14 de novembro.

Os controladores de tráfego aéreo estão entre os servidores sem salário há semanas. Duffy afirmou que muitos deles têm buscado empregos extras para pagar as contas.

“Acho que veremos pouquíssimos controladores indo trabalhar – o que significa poucos voos decolando e pousando nos aeroportos, diante dos milhares que normalmente movimentam o país nesse grande feriado”, declarou.

Na manhã do domingo, outros 1.400 voos foram cancelados segundo o serviço FlightAware.

Líderes republicanos no Congresso pediram que os democratas aceitem uma medida provisória para manter o orçamento atual. Os democratas recusam e exigem que os republicanos revertam cortes planejados em subsídios de saúde que expiram no fim do ano.

O presidente Trump passou o fim de semana publicando mensagens em sua rede Truth Social atacando empresas de seguro-saúde e criticando o sistema criado pela Lei de Cuidados Acessíveis de 2010, chamado Obamacare.

No sábado, Trump exigiu que o dinheiro fosse enviado “DIRETAMENTE AO POVO” para cobrir custos médicos, criticando as “GORDAS COMPANHIAS DE SEGURO” e o “SISTEMA CORRUPTO DE SAÚDE”.

Ele também pediu que os republicanos acabem com o filibuster – regra do Senado que exige 60 votos para aprovar a maioria dos projetos.

“Com ou sem acordo, OS REPUBLICANOS DEVEM EXPLODIR O FILIBUSTER E APROVAR CENTENAS DE POLÍTICAS DESEJADAS, MAS NUNCA CONQUISTADAS”, escreveu.

Neste domingo, Trump reiterou a promessa de pagar um “dividendo” de US$ 2.000 a alguns americanos, financiado em parte pela arrecadação de suas tarifas. Bessent disse depois que o pagamento poderia ocorrer por meio de cortes de impostos.

Créditos: Folha de S.Paulo

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