Chanceler alemão Friedrich Merz comenta saída da comitiva da COP30 em Belém
Friedrich Merz, chanceler da Alemanha e líder da conservadora União Democrática Cristã (CDU), ganhou destaque na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) ao comparar o Brasil com a Alemanha e afirmar que a comitiva alemã ficou satisfeita em deixar Belém, palco do evento.
Desde maio de 2025, Merz ocupa o cargo de chanceler alemão, equivalente ao de primeiro-ministro. Ele tem uma longa trajetória política, marcada por anos na sombra da ex-chanceler Angela Merkel, que governou o país por 16 anos e liderou a CDU por 20 anos.
Casado com uma juíza, sua colega de faculdade, Merz tem 70 anos e três filhos. Além disso, é piloto profissional de avião e relatou à imprensa alemã ter tido uma “juventude selvagem”.
No início dos anos 2000, quando era um advogado carismático em ascensão na CDU, Merz perdeu a disputa pelo comando do partido para Merkel, uma química oriunda da Alemanha Oriental. A partir daí, ele assumiu informalmente a liderança da ala conservadora da sigla, enquanto Merkel conduzia o setor centrista.
A rivalidade durou quase uma década, até Merz deixar a política para seguir carreira no setor financeiro, tornando-se milionário. Em 2020, coincidentemente com a saída de Merkel do comando do país e do partido, Merz retornou à política.
Desde então, ele ascendeu até liderar a CDU, em meio ao aumento da popularidade de ideias conservadoras na Alemanha. Seus colegas o descrevem como ambicioso e pragmático, características que foram decisivas para a escolha de um líder em um momento de instabilidade política no país.
Após 16 anos sob a liderança de Merkel, a Alemanha foi governada por uma coalizão formada pelo social-democrata Olaf Scholz, liberais e o Partido Verde. Logo após vencer as eleições, Merz demonstrou firmeza ao rejeitar alianças com a extrema direita e prometer uma coalizão estável.
Porém, suas declarações causaram controvérsia, como quando sugeriu que jornalistas pregavam atenção às suas filhas para comentar sobre segurança e imigração, causando reação pública. Também foi criticado por afirmar que a Alemanha “fazia o trabalho sujo” para o Irã em negociações diplomáticas, o que foi percebido como imprudente.
Essas falas são interpretadas como um sinal de endurecimento político e tentativa de conquistar eleitores conservadores.
Na COP30, Merz salientou que a Alemanha é um dos países mais bonitos do mundo, mas declarou que nenhum jornalista queria permanecer em Belém, o que gerou debate sobre sua opinião a respeito da cidade e do evento.
Créditos: g1