Economia
10:05

Banco Master tem maior resgate da história do FGC entre R$ 40 e 50 bilhões

O Banco Central anunciou na terça-feira (18) a liquidação do Banco Master, operação que deve resultar na maior indenização da história promovida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Fontes informam que o Master possui atualmente entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões em depósitos. Este valor ultrapassa o registro anterior do Bamerindus, liquidado em 1997.

O Banco Master captava recursos por meio de CDBs, que contam com garantia do FGC até o limite de R$ 250 mil por investidor, oferecendo rendimentos superiores à média do mercado. Além de CDBs, o FGC cobre LCIs, LFs e certificados de depósitos interbancários.

Na liquidação do Bamerindus, mais de 3 milhões de clientes foram ressarcidos em R$ 3,7 bilhões, quantia que atualizada pelo IPCA de setembro deste ano corresponde a cerca de R$ 20 bilhões.

Apesar do elevado montante a ser coberto, o FGC possui recursos suficientes para suportar este cenário, com liquidez de R$ 121,1 bilhões em junho.

O fundo recebe mensalmente cerca de 0,01% do total captado pelos bancos sob sua cobertura, com algumas instituições contribuindo ainda com valores adicionais.

Como divulgado anteriormente, em maio o FGC liberou uma linha emergencial de crédito de R$ 4 bilhões para cumprir vencimentos dos CDBs do Master.

Recentemente, em outubro, o Banco Central autorizou aumento de capital em duas empresas do grupo Master. O Banco Master Múltiplo teve seu capital ampliado de R$ 1,167 bilhão para R$ 1,586 bilhão, enquanto a Will Financeira elevou seu capital de R$ 370 milhões para R$ 789 milhões.

O banco estava buscando alternativas para evitar intervenção do Banco Central caso não conseguisse honrar seus passivos de curto prazo.

O processo para pagamento pelo FGC inicia com a liquidação ou intervenção decretada pelo Banco Central, que delega ao liquidante o levantamento dos credores. O FGC então provisiona os valores de garantia.

O procedimento prevê que seja enviado pelo liquidante um cadastro dos beneficiários, o qual costuma levar cerca de 30 dias para ser finalizado. Após a disponibilização das informações, credores podem registrar seus pedidos via aplicativo ou site do FGC, dependendo se são pessoas físicas ou jurídicas.

As pessoas físicas devem validar e assinar digitalmente o termo de solicitação pelo aplicativo, enquanto as jurídicas o fazem pelo site. Confirmadas as informações, o FGC realiza o pagamento em até 48 horas diretamente nas contas de cada credor.

Créditos: Folha de S.Paulo

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