Casa Branca rejeita proposta de Maduro para renunciar após dois anos
O presidente venezuelano Nicolás Maduro fez uma oferta à Casa Branca para renunciar ao cargo após um mandato e dois anos, dentro de negociações não oficiais autorizadas pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, buscando soluções para a crise na Venezuela. Entretanto, os Estados Unidos recusaram a proposta.
De acordo com reportagem do jornal The New York Times, Trump aprovou planos da CIA para realizar operações na Venezuela visando preparar o terreno para ações futuras. O presidente americano também autorizou o restabelecimento das comunicações para ouvir as propostas de Maduro, que incluíam essa oferta, rejeitada por Washington.
Fontes anônimas citadas pelo jornal revelam que representantes do governo venezuelano ofereceram um processo de transição de dois a três anos para organizar uma saída ordenada do poder. A Casa Branca, contudo, considera inaceitável adiar a saída de Maduro.
Ainda em conversas informais, Maduro indicou disposição para conceder acesso às riquezas petrolíferas do país a empresas americanas de energia.
A reportagem menciona que as ações futuras do governo Trump para a Venezuela são incertas, mas que podem continuar operações secretas, priorizando estratégias psicológicas, de desgaste, cibernéticas ou de informação, sem autorizar combates terrestres.
O Pentágono também planeja ataques contra unidades militares próximas a Maduro. Na semana passada, Trump conduziu reuniões na Sala de Situação para avaliar opções sobre a Venezuela com seus principais assessores.
Sob alegação de combate ao narcoterrorismo, os Estados Unidos realizaram 21 ataques contra embarcações supostamente cargueiras de drogas, resultando na morte de ao menos 83 pessoas.
Maduro, em momento público, falou em inglês e se dirigiu a Trump, demonstrando interesse em um diálogo direto. Trump declarou que pode conversar com o presidente venezuelano e acredita que a Venezuela deseja dialogar com os EUA.
Esse cenário ocorre em meio à intensificação da presença militar dos EUA no Caribe, com o maior navio de guerra do mundo, USS Gerald Ford, e seu grupo de ataque, composto por destróieres, aviões e recursos especiais, deslocados para a região.
O secretário de Guerra americano, Pete Hegseth, anunciou a operação “Lança do Sul” focada no combate ao narcotráfico no Caribe, seguindo esforços já iniciados pelo Comando Sul desde janeiro.
Até o momento, os ataques dos EUA na região afetaram diversas embarcações, resultando em mais de 70 mortos, com relatos conflitantes sobre se eram traficantes ou pescadores.
Em resposta à escalada militar, Maduro pediu paz em um comício, cantando “Imagine”, de John Lennon, e reforçando apelos por tranquilidade entre os países.
No contexto regional, o Comando Sul dos EUA mantém a responsabilidade pelas operações na América do Sul e Caribe, monitorando a situação e agindo conforme as estratégias definidas.
Créditos: cbn.globo