Internacional
13:07

Trump sanciona lei para divulgação de arquivos do caso Jeffrey Epstein

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 19 de junho que sancionou uma lei que determina a divulgação, pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), de todos os arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein.

Trump apresentou essa liberação de documentos como uma medida de transparência que ele incentivou no Congresso, aproveitando para criticar democratas por suas associações passadas com Epstein. Em uma publicação na rede Truth Social, afirmou: “Acabei de assinar o projeto de lei para divulgar todos os arquivos de Epstein”. Ele acrescentou que democratas usam a questão para tentar desviar a atenção das conquistas republicanas.

A lei exige que o DOJ libere os arquivos investigativos, documentos e outros materiais sobre Epstein, com algumas exceções, em até 30 dias após sua vigência. Esses materiais podem esclarecer as atividades de Epstein, que convivia com Trump e outras figuras notáveis antes de ser condenado em 2008 por aliciamento de menores para prostituição.

No entanto, a divulgação pode ser parcial, pois a agência pode reter materiais que afetem investigações determinadas pelo presidente envolvendo figuras democratas associadas a Epstein. A procuradora-geral Pam Bondi informou que o DOJ protegerá a identidade das vítimas de tráfico sexual mencionadas nos documentos.

O escândalo tem sido um entrave para Trump, que amplificou teorias conspiratórias relacionadas a Epstein entre seus apoiadores. Muitos deles acreditam que seu governo oculta conexões e detalhes da morte de Epstein, considerada suicídio em uma prisão de Manhattan em 2019, enquanto ele enfrentava acusações federais de tráfico sexual.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou que responsabilizará Trump, alertando que o DOJ poderia tentar contornar a lei alegando investigações sobre democratas vinculados a Epstein iniciadas por Trump. Também alertou que a divulgação pode conter censuras que comprometeriam seu significado para proteger vítimas ou testemunhas.

Embora não existam evidências de irregularidades criminais de Trump no caso Epstein, e-mails mostram menções a ele feitas por Epstein e sua ex-namorada Ghislaine Maxwell. Durante as investigações contra Epstein e Maxwell, foram reunidos milhões de documentos.

Os “Arquivos de Epstein” incluem mais de 300 gigabytes de dados, vídeos, fotos, áudios e documentos armazenados no sistema do FBI, entre eles relatórios de investigações originais em Miami e a segunda investigação do escritório do FBI em Nova York, com memorandos e centenas de formulários onde agentes registram depoimentos de vítimas, testemunhas e suspeitos.

Parte dos documentos já foi divulgada em processos judiciais e reportagens. No entanto, há anos surgem especulações de que o governo esconde segredos sobre Epstein, incluindo uma suposta lista de clientes envolvidos em crimes, que teria nomes de pessoas poderosas.

A repórter Julie K. Brown, do Miami Herald, considerada com as melhores fontes sobre o tema, afirmou que não há evidências de que Epstein mantivesse tal lista. Além disso, citar nomes em documentos não implica diretamente em acusação.

Jeffrey Epstein, de Nova York, iniciou sua carreira como professor em escola particular antes de entrar no mercado financeiro, trabalhando no Bear Stearns e depois fundando sua própria empresa em 1982, atendendo clientes bilionários. Ele acumulou propriedades em vários países, incluindo uma ilha particular no Caribe, e conviveu com figuras como o príncipe Andrew, Bill Clinton e Donald Trump, que negam irregularidades.

Acusações contra Epstein começaram em 2005, quando menores o denunciaram por atos sexuais em sua mansão na Flórida. Posteriores investigações apontaram estupro de adolescentes a partir de 14 anos. Ele evitou acusações federais por um acordo que resultou em 13 meses de prisão e registro como agressor sexual, acordo criticado posteriormente pelo Departamento de Justiça.

Em 2018, dezenas de mulheres denunciaram abusos, levando a nova investigação federal e acusações de tráfico sexual. Em agosto de 2019, Epstein foi encontrado morto em sua cela, em um caso considerado suicídio.

Desde então, o DOJ e tribunais divulgaram documentos que expõem mais detalhes dos crimes, incluindo registros de voos para a ilha particular de Epstein.

© Cable News Network Brasil. Uma empresa NOVUS MÍDIA. Todos os direitos reservados.

Créditos: CNN Brasil

Modo Noturno