Reunião entre EUA e Ucrânia em Genebra é considerada a melhor até agora

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, descreveu a reunião realizada hoje com a delegação ucraniana sobre o conflito com a Rússia como “provavelmente a melhor até agora”. As equipes discutem a proposta dos EUA de um acordo de paz para encerrar o conflito.

Rubio afirmou que as conversas em Genebra, Suíça, avançaram. “A principal conclusão é que esta foi uma reunião muito significativa, provavelmente a melhor reunião e o melhor dia que tivemos até o momento desde que assumimos em janeiro”, declarou Rubio a repórteres, conforme a agência Reuters.

Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, qualificou o encontro como “muito produtivo”. Ele anunciou que uma segunda reunião ocorrerá em breve, com o propósito de continuar o trabalho sobre propostas conjuntas envolvendo países europeus parceiros da Ucrânia. Yermak também agradeceu aos EUA e ao presidente Donald Trump pelo “compromisso em trazer a paz”.

Zelensky também expressou gratidão a Trump pelos esforços em busca da paz, mesmo após o republicano ter criticado a liderança ucraniana por “não demonstrar nenhuma gratidão pelos esforços” americanos, sem mencionar Zelensky nominalmente.

As negociações na Suíça continuam.

O governo Trump apresentou a Kiev um plano com 28 pontos para encerrar a guerra com a Rússia, mas as condições são consideradas severas: a Ucrânia teria que ceder toda a região de Donbass, reduzir suas forças armadas e ser proibida de receber tropas estrangeiras.

Zelensky declarou estar disposto a negociar seriamente, embora o chefe de Segurança Nacional negue ter concordado com o esboço. Países europeus aliados veem a proposta como inaceitável e receiam que ela resulte em uma vitória de fato para a Rússia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o plano dos EUA pode “estabelecer as bases” para um acordo final, mas alertou que novas conquistas territoriais podem ocorrer caso Kiev rejeite os termos.

Putin ressaltou que o acordo ainda não está sendo tratado diretamente com Moscou. “Pode estabelecer as bases para um acordo de paz definitivo, mas esse plano não está sendo discutido conosco de forma concreta”, disse durante reunião do governo transmitida pela televisão.

O plano americano inclui exigências que alinham com pontos pedidos pela Rússia, como a cessão de territórios ucranianos, redução das Forças Armadas e a proibição de ingresso na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

A Ucrânia tem até 27 de novembro para responder, data que coincide com o feriado americano do Dia de Ação de Graças, prazo definido nesta semana pelo presidente dos EUA. “Se as coisas funcionam, tende-se a estender os prazos. Mas a próxima quinta-feira (27) acreditamos que é uma data apropriada”, afirmou Trump em entrevista à rádio Fox.

Créditos: UOL