Estados Unidos preparam nova fase de operações contra governo venezuelano
Os Estados Unidos planejam lançar nos próximos dias uma nova etapa de operações relacionadas à Venezuela, conforme relatado por fontes à agência Reuters. A iniciativa ocorre em um contexto de crescente pressão da administração Trump sobre o governo venezuelano.
Ainda não foi divulgado o momento exato nem o escopo dessas ações, e não se sabe se o presidente Donald Trump já tomou a decisão final. Entretanto, relatos sobre uma possível operação iminente têm aumentado nas últimas semanas, em meio ao envio de tropas americanas ao Caribe pela tensão crescente entre os dois países. Trump já autorizou operações secretas e, conforme divulgado pelo jornal New York Times, permitiu a ampliação das ações da CIA na Venezuela.
As ações secretas devem ser a primeira etapa do plano contra o presidente Nicolás Maduro, segundo funcionários norte-americanos que pediram para não serem identificados devido à sensibilidade do assunto.
Um alto funcionário do governo dos EUA afirmou que nenhuma medida contra a Venezuela está descartada e que Trump está “preparado para usar todos os recursos do poder americano para impedir que as drogas alcancem nosso país e para responsabilizar os envolvidos”.
Dois funcionários indicaram que as possíveis medidas podem incluir uma tentativa de derrubar Maduro, que está no poder desde 2013. O presidente venezuelano afirma que Trump quer removê-lo e que tanto civis quanto militares resistirão a qualquer tentativa.
A administração Trump alega combater o tráfico de drogas que atinge os EUA e acusa Maduro de facilitar o fornecimento ilegal dessas substâncias, algo que o líder venezuelano nega.
O Pentágono respondeu que encaminhou as perguntas feitas pela Reuters à Casa Branca, que não se pronunciou, enquanto a CIA e o Ministério das Comunicações da Venezuela não comentaram o assunto.
Recente informação do New York Times indica que o governo Trump não espera a renúncia de Maduro em até três anos. Uma oferta estaria sendo considerada numa tentativa diplomática para resolver a crise, sugerindo que Maduro aceita negociar uma transição gradual em troca de garantias, como concessões das riquezas petrolíferas do país a empresas americanas.
Apesar disso, a Casa Branca não aceita atrasos para a saída de Maduro. Negociações paralelas indicam que uma solução diplomática ainda é possível.
A estratégia dos EUA inclui intensificar a pressão sobre Maduro, com operações contra barcos suspeitos de tráfico na costa venezuelana e no Pacífico da América Latina.
Trump afirmou que não descarta enviar tropas para a Venezuela e demonstrou disposição para dialogar diretamente com Maduro para evitar uma escalada militar. Questionado sobre isso, disse: “Eu provavelmente falaria com ele, sim. Eu falo com todo mundo”.
Maduro declarou que prefere resolver as diferenças por meio diplomático e está aberto a conversas face a face com interessados, conforme afirmado em seu programa semanal de TV estatal.
O governo Trump designou o Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira, acusando o grupo de ser formado por autoridades venezuelanas de alto escalão, incluindo Maduro.
Até agora, a ação americana concentrou-se no bombardeio de embarcações suspeitas de tráfico de drogas. O maior porta-aviões dos EUA, Gerald R. Ford, com 5.000 militares e dezenas de aviões, deslocou-se para o Caribe, somando-se a oito navios de guerra, um submarino nuclear e aeronaves F-35 já na região.
Grupos de direitos humanos classificaram esses ataques como execuções extrajudiciais de civis, enquanto a Casa Branca afirma que os EUA estão em guerra contra cartéis de drogas.
(Com Reuters)
Créditos: UOL Notícias