Internacional
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EUA classificam governo Maduro como organização terrorista estrangeira

Os Estados Unidos designaram, nesta segunda-feira, 24, o Cartel dos Sóis, grupo supostamente formado por membros do governo venezuelano e liderado por Nicolás Maduro, como uma organização terrorista estrangeira.

Com essa nova classificação, a administração Trump busca ampliar o poder para agir na Venezuela, em meio a um aumento da tensão que incluiu o deslocamento significativo de ativos militares americanos para o Mar do Caribe.

A designação autoriza o presidente a aplicar novas sanções contra bens e infraestrutura relacionados a Maduro. No entanto, o uso explícito de força letal não está autorizado segundo juristas. Ainda assim, autoridades americanas afirmam que essa classificação, considerada uma das ferramentas antiterroristas mais importantes do Departamento de Estado, abre possibilidades militares ampliadas para ações dentro da Venezuela.

Especialistas explicam que o termo “Cartel dos Sóis” se refere menos a uma organização criminosa formal e mais a uma rede descentralizada de grupos corruptos do Exército venezuelano ligados ao narcotráfico. Maduro nega qualquer envolvimento pessoal com o tráfico de drogas, e seu governo rejeita a existência do cartel.

A mudança na classificação havia sido anunciada em 16 de novembro e ocorre quando as forças armadas americanas concentraram mais de uma dúzia de navios de guerra e cerca de 15 mil soldados na região caribenha, numa operação denominada “Operação Lança do Sul” pelo Pentágono. Os EUA mataram ao menos 83 pessoas em ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico Oriental, acusadas de transportar drogas.

De acordo com a imprensa americana, Trump foi informado pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth, e outros oficiais do Pentágono sobre opções para ações dentro da Venezuela, que incluem ataques a instalações militares ou governamentais e operações especiais da CIA, com a possibilidade de não realizar nenhuma ação.

Pesquisa da CBS News/YouGov divulgada no domingo mostrou que 70% dos americanos se opõem a uma intervenção militar dos EUA na Venezuela, enquanto 30% são favoráveis. Também 76% afirmam que o governo Trump não deixou claro seu posicionamento sobre o assunto.

Oficialmente, a Casa Branca afirma trabalhar para reduzir o fluxo ilegal de imigrantes e drogas, mas as medidas adotadas indicam que a mudança de regime na Venezuela está na agenda. Um funcionário americano disse à CNN que Trump espera que a pressão seja suficiente para forçar a renúncia de Maduro sem uma ação militar direta.

Trump mostrou abertura para uma solução diplomática, afirmando na semana anterior que Maduro “gostaria de conversar” e indicando disponibilidade para falar com ele “em algum momento”. Entretanto, em um sinal de aumento das tensões, os EUA realizaram na quinta-feira a maior demonstração militar próxima à Venezuela, com pelo menos seis aeronaves americanas sobrevoando a costa venezuelana por várias horas, incluindo um caça F/A-18E, um bombardeiro B-52 e um avião de reconhecimento, conforme noticiado pela CNN.

Créditos: Veja Abril

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