Maduro pede unidade contra pressão dos EUA e avisa: Venezuela é invencível
O presidente venezuelano Nicolás Maduro solicitou unidade nacional para enfrentar a pressão externa liderada pelos Estados Unidos, que aumentam sua presença militar no Caribe. Nesta segunda-feira, Maduro afirmou em programa televisivo que “aconteça o que acontecer, não conseguirão derrotar a Venezuela”.
Essa declaração veio após a visita do general Dan Caine, chefe do Estado-Maior dos EUA, a uma base militar em Porto Rico e a vários navios de guerra americanos no Mar do Caribe, reforçando tensões entre Washington e Caracas.
Na terça-feira, Caine seguirá para Trinidad e Tobago para encontrar-se com a premier Kamla Persad-Bissessar, focando no combate ao tráfico ilícito e a organizações criminosas transnacionais, conforme comunicado da embaixada dos EUA em Porto Espanha. Recentemente, forças dos EUA e de Trinidad e Tobago realizaram exercícios militares conjuntos, com participação de fuzileiros navais da 22ª Unidade Expedicionária a partir de navios da Marinha nas proximidades.
Enquanto isso, a administração do presidente Donald Trump avalia novas medidas contra o regime de Maduro, como ações militares e sanções reforçadas, após designar oficialmente o chamado Cartel de Soles como organização terrorista, acusando Maduro de liderar o grupo, apesar de especialistas considerarem que o cartel não seria uma entidade real.
A visita de Caine coincidiu com a reativação da base Roosevelt Roads, em Porto Rico, e a presença do porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, no Caribe, que integra cerca de 15 mil militares na região, incluindo milhares de fuzileiros e pessoal na base local.
Além desses fatos, Trump autorizou planos da CIA para operações encobertas dentro da Venezuela e negociações por canais informais com possibilidade de Maduro deixar o cargo, proposta que foi rejeitada pela Casa Branca.
Contudo, a intensificação das operações americanas no Caribe resultou em mais de 20 ataques contra embarcações acusadas de transportar drogas, com dezenas de mortos, apesar da falta de provas detalhadas sobre as cargas. Aeronaves militares americanas também realizam missões de treinamento próximas à costa venezuelana.
Autoridades indicam que Trump ainda não tomou decisão final sobre possíveis ações militares adicionais, mas debates sobre ataques a instalações de drogas e grupos próximos a Maduro acontecem nas reuniões de segurança nacional.
A base Roosevelt Roads passou por modernizações para suportar maior atividade aérea, incluindo modernização das pistas e instalação de equipamentos de apoio, segundo análise da Reuters. Novas instalações foram construídas em aeroportos civis de Porto Rico e St. Croix, com aparente aumento da logística militar americana na região, incluindo El Salvador, Granada e Trinidad e Tobago.
O governo venezuelano acusa os EUA de cercar o país e intensificou a repressão interna, usando aplicativos para denúncias e enviando grupos paramilitares a áreas pobres para monitorar e conter oposição.
Na cúpula do G20, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação com o aumento da presença militar americana próxima à Venezuela, alertando para o risco de desestabilização na América do Sul e destacando a necessidade de evitar uma guerra, citando riscos semelhantes ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
A tensão já impacta o setor aéreo, com várias companhias cancelando voos para Venezuela após alertas americanos sobre a segurança na região.
Créditos: O Globo