Política
12:05

Motta e Alcolumbre não participam da sanção da isenção do IR até R$ 5 mil

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), decidiram não comparecer à cerimônia de sanção da lei que isenta do imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil mensais, realizada em 25 de novembro no Palácio do Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da assinatura da lei em evento previsto para as 10h30, com a presença de deputados e senadores.

A proposta, apresentada pelo governo em março, foi aprovada por unanimidade no Congresso no início de novembro.

Segundo assessoria da Câmara, Motta não esteve presente devido à “agenda intensa”. A equipe de Alcolumbre informou que ele passou a manhã em reunião com senadores.

Aliados dos dois confirmaram, em sigilo, que o motivo das ausências está relacionado à insatisfação com o governo.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação entre Legislativo e Executivo, afirmou que a ausência dos presidentes das Casas não diminui a importância deles na tramitação do projeto.

Segundo apuração da GloboNews, o Planalto criou um grupo de comunicação com as equipes dos presidentes para organizar a participação, inclusive oferecendo tempo para discursos, mas a iniciativa não teve adesão.

Próximos a Alcolumbre disseram que “não há clima” para ato com o governo no momento.

No caso de Motta, aliados comentam que ele teve críticas do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, por supostamente tentar assumir protagonismo do governo no PL Antifacção. Agora, Motta opta por deixar esse protagonismo exclusivamente para o governo na cerimônia do IR, sabendo que Alcolumbre também não estaria presente.

Na manhã da cerimônia, Motta publicou em rede social que a aprovação do projeto representava “uma vitória histórica para milhões de brasileiros”.

As tensões entre o Planalto e a cúpula do Congresso ficaram evidentes após declarações públicas de lideranças das duas Casas mostrarem atritos com o governo.

Na Câmara, Hugo Motta rompeu politicamente com o líder do PT, Lindbergh Farias.

Esses episódios alertaram o governo Lula sobre a fragilidade da articulação política em um momento sensível, próximo ao fim do ano legislativo e com pautas importantes em aberto.

No Senado, a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal gerou impasse, pois Alcolumbre defendia o senador Rodrigo Pacheco, enquanto o governo escolheu Messias.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), destacou que divergências internas não devem impedir a votação dos projetos prioritários para a população.

Guimarães explicou que o papel do líder de bancada, como Lindbergh, é distinto do líder do governo, que deve dialogar com todos os partidos, mesmo em divergências.

Créditos: g1

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