Política
12:06

Presidentes do Senado e da Câmara faltam à sanção de isenção do IR e revelam crise

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiram não participar da cerimônia de sanção do projeto que amplia a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil, nesta quarta-feira (26), no Palácio do Planalto.

O presidente Lula esperava a presença dos dois, visto que a medida contou com aprovação no Congresso, e os havia convidado para discursar na solenidade.

A ausência combinada entre ambos evidencia divergências e coloca a crise política diretamente nas mãos do presidente.

Antes, Alcolumbre e Motta direcionavam crítica aos líderes do PT no Senado, Jaques Wagner, e na Câmara, Lindbergh Farias, com quem afirmavam estar rompidos.

Com a ausência na cerimônia, o foco da insatisfação passa a ser o próprio Lula.

A postura dos parlamentares manifestou ainda mais o descontentamento da liderança do Congresso com o governo federal.

A disputa política de Davi Alcolumbre com o governo agravou-se após Lula indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso em outubro.

Alcolumbre preferia o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o cargo e desde então tem dificultado a aprovação de Messias no Senado, inclusive marcando sua sabatina na CCJ para 10 de dezembro, data considerada apertada para sua apresentação aos senadores.

Por sua vez, Hugo Motta mantém tensões com o governo desde que defendia a rejeição da proposta de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na Câmara.

Os atritos se intensificaram na votação do projeto Antifacção, enviado por Lula ao parlamento, quando Motta indicou como relator o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), desafeto do governo, decisão contestada pelo líder do PT, Lindbergh Farias.

Motta acusa o PT de realizar uma oposição desleal, incluindo ataques contra ele nas redes sociais, onde o taxa de defensor de banqueiros e bilionários.

Essa situação expõe as dificuldades na relação entre o Executivo federal e os presidentes do Senado e da Câmara, em meio a disputas políticas e desacordos sobre indicações e projetos importantes para o governo.

Créditos: Folha de S.Paulo

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