Trump e Maduro teriam conversado por telefone sobre possível reunião nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve uma conversa telefônica na semana passada com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, conforme informou o jornal americano New York Times na sexta-feira (28/11), citando várias fontes com conhecimento do episódio.
De acordo com o jornal, Trump e Maduro discutiram a possibilidade de um encontro entre eles nos Estados Unidos, apesar de o governo americano continuar a ameaçar uma ação militar contra a Venezuela.
Nos últimos meses, os EUA intensificaram a pressão sobre Maduro, considerando seu governo ilegítimo após a eleição de 2024, amplamente contestada por acusações de fraude.
O país realizou o maior destacamento militar em décadas no Mar do Caribe, com várias operações contra embarcações, principalmente venezuelanas, supostamente ligadas ao narcotráfico no Caribe e no Pacífico Leste.
Até então, não havia sinais de diálogo entre as lideranças visando consenso ou solução para a crise.
Fontes consultadas pelo Times afirmaram que a ligação entre os presidentes ocorreu no final da semana passada. A chamada teve a participação do secretário de Estado, Marco Rubio, e aconteceu dias antes do governo americano declarar o Cartel de los Soles — supostamente liderado por Maduro e outras autoridades venezuelanas — uma organização terrorista.
Um porta-voz da Casa Branca recusou comentar a conversa ao jornal. O governo venezuelano também não se manifestou ao Times.
No entanto, duas pessoas próximas do governo da Venezuela confirmaram que a ligação de fato ocorreu, embora não tenham permitido divulgar seus nomes por não estarem autorizadas a falar publicamente.
Milhares de militares americanos, navios e aeronaves estão atualmente posicionados no Caribe, configurando a presença militar norte-americana mais significativa na América Latina desde a invasão do Panamá, em 1989.
Essas operações resultaram na morte de mais de 75 pessoas a bordo de lanchas e embarcações semissubmersíveis bombardeadas pelos EUA.
O governo Trump afirma liderar um combate contra o tráfico de drogas na região, mas Caracas interpreta o destacamento como uma estratégia para promover uma mudança de regime na Venezuela.
A chegada do USS Gerald R. Ford, maior navio de guerra do mundo, à América Latina no início de novembro agravou a tensão entre os países.
Tanto Venezuela quanto Colômbia alertaram que a mobilização militar pode provocar um conflito em grande escala, aumentando as especulações sobre possíveis ataques diretos dos EUA em território venezuelano.
Créditos: bbc