EUA miram facções venezuelanas Tren de Aragua e Cartel de los Soles
Nos últimos meses, duas organizações criminosas venezuelanas, o Tren de Aragua e o Cartel de los Soles, passaram a ser alvos dos Estados Unidos. Essas facções foram incluídas no radar do governo norte-americano devido a suas atividades criminosas.
A origem e a natureza desses grupos ainda são motivo de debate, mas sabe-se que o Tren de Aragua foi fundado em 2012 por presos da penitenciária venezuelana de Tocorón. O grupo é notório por sua violência e pela imposição de severas punições a quem desrespeita suas regras, incluindo assassinato e esquartejamento, semelhantes a facções brasileiras.
Em poucos anos, o Tren de Aragua se consolidou como o maior da Venezuela, expandindo atuação para outros países sul-americanos e estabelecendo alianças regionais. Héctor Guerrero Flores, conhecido como Niño Guerrero, é o líder máximo da organização, detendo extenso histórico criminal, com condenação de 17 anos por homicídios, tráfico e outros crimes. Em 2018, fugiu da prisão de Tocorón por meio de túneis subterrâneos durante uma operação.
Além de Guerrero, Yohan José Romero, apelidado de Johan Petrica, é cofundador e acusado de mineração ilegal e fornecimento de armamento militar. Em julho, o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou estes e outros associados, incluindo Josué Ángel Santana Peña, Wilmer José Pérez Castillo, Wendy Marbelys Ríos Gómez e Félix Anner Castillo Rondón. O governo americano classificou o Tren de Aragua como “Organização Terrorista Estrangeira”.
Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, declarou o compromisso do governo americano em desmantelar o grupo e interromper suas ações violentas. Já o Cartel de los Soles, outra facção venezuelana, é apontado como organização criminosa e terrorista liderada por altos membros das Forças Armadas, envolvidos no tráfico internacional de drogas. Sua existência oficial não é confirmada, mas acredita-se que tenha surgido com Hugo Chávez em 1999, e hoje seria comandada por Nicolás Maduro.
Os EUA acusam o Cartel de operar em conluio com o Tren de Aragua para traficar drogas para os Estados Unidos. O governo venezuelano rejeita veementemente essas acusações, tratando-as como falsas e interesse político. A designação dos EUA fundamenta ações legais para criminalizar o apoio a essas facções e possibilita o uso de força militar, medida que o ministro do Interior da Venezuela considera uma desculpa para atacar opositores.
Créditos: Metropoles